Sistema de rastreamento anticoronavírus de Apple e Google não usará GPS

Ferramenta usará apenas Bluetooth para rastrear pessoas contaminadas que tenham passado por perto do usuário do celular
Renato Santino05/05/2020 21h05

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Apple e Google definiram uma medida importante de privacidade para sua tecnologia de rastreamento de contatos usada para monitorar o contágio pelo coronavírus. Organizações que utilizarem a ferramenta, que depende do Bluetooth dos smartphones, não podem pedir permissão para acessar dados de GPS dos celulares.

A ideia das empresas é fornecer esse recurso para agências governamentais de saúde pelo mundo. Ficará a cargo delas criarem os apps que devem ser instalados pelos cidadãos de seus respectivos países de forma voluntária. Assim, as pessoas podem saber se outros que têm o app instalado e foram diagnosticados com Covid-19 estiveram em contato próximo, graças a um registro de antenas Bluetooth coletadas pelo smartphone.

As empresas reforçaram que uma parte importante da tecnologia seria impedir que governos utilizassem esses aplicativos para quaisquer outras finalidades, e isso inclui a coleta de outras informações sobre os cidadãos. Para isso, foi necessário bloquear o acesso dos aplicativos aos dados de GPS.

Desenvolvedores não estão satisfeitos com essa decisão da Apple e do Google. Segundo a Reuters, eles dizem que o uso de GPS seria importante para detectar áreas com grande chance de contágio. As empresas, porém, mantém sua posição: se agências de saúde quiserem coletar dados de localização, precisarão recorrer a outros métodos, descritos como mais instáveis e que consomem mais bateria do celular.

É o que algumas organizações já estão fazendo. O Reino Unido, por exemplo, optou por desenvolver um aplicativo próprio, que não dependa da tecnologia de Apple e Google. Nos Estados Unidos, o estado de Utah está seguindo o mesmo caminho: sem recorrer às ferramentas das empresas, o app consegue usar o Bluetooth de smartphones e associá-lo a informações de GPS, como relata a publicação. Já no Canadá, a província de Alberta também se manteve distante das soluções nativas do iPhone e do Android e desenvolveram tecnologia própria, mas sem coletar dados de GPS.

As empresas também reforçaram que apenas um aplicativo por país poderá usar o sistema de contatos. O objetivo é evitar a fragmentação: se dois ou mais apps utilizarem a tecnologia, é possível que as diferentes bases de usuários sejam incapazes de se comunicar, reduzindo sua eficácia. Com apenas um aplicativo, a base é unificada e a adoção em massa é encorajada.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital