Robô jogador de basquete acerta 2.020 arremessos na sequência e entra no Guinness

CUE usa inteligência artificial para detectar o aro e calcular o movimento ideal sem nunca errar um arremesso
Renato Santino25/06/2019 22h04, atualizada em 25/06/2019 22h10

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No ano passado, a Toyota chamou a atenção do mundo ao apresentar o robô CUE, uma máquina que usa inteligência artificial para arremessar bolas de basquete e nunca errar. Agora, a máquina entrou para o Guinness, o livro dos recordes, após conseguir acertar 2.020 arremessos sem desperdiçar nenhuma chance.

O número não foi escolhido por acaso: se você se lembrar, no ano que vem será realizada mais uma edição dos Jogos Olímpicos, com a sede sendo justamente a cidade de Tóquio, no Japão. A máquina poderia continuar arremessando com sucesso por mais tempo se assim seus responsáveis quisessem.

O CUE nasceu como um projeto de engenheiros da Toyota em seu tempo livre em 2017, mas que foi evoluindo aos poucos; tanto que o CUE3 é o robô que conquistou o recorde registrado no Guinness.

O projeto foi inspirado no mangá e anime de basquete “Slam Dunk”, bastante popular no Japão; em determinado momento da série, o protagonista Sakuragi Hanamichi desenvolve sua técnica de arremesso após um treinamento intenso que incluiu 20 mil tentativas. Não foi muito diferente do método de treinamento do CUE, que também precisou de muita tentativa e erro.

Como é comum em projetos de inteligência artificial, a perfeição é fruto da prática, como forma de aprimoração do algoritmo. Para obter sucesso, o CUE faz um reconhecimento 3D dos seus arredores para detectar precisamente a posição do aro e, a partir desse mapeamento, calcular a trajetória e força ideais e coordenar o movimento do corpo, incluindo braços, torso e pernas, para que a bola obedeça essa trajetória.

Apesar de interessante, o projeto do CUE tem pouca aplicação prática, porque ele domina apenas um aspecto do esporte, já que existem outras partes fundamentais do basquete, como movimentação e passe. No entanto, ele sinaliza um futuro em que talvez essas limitações não existam.

De fato, existe um objetivo de que até 2050 robôs sejam capazes de vencer uma partida de futebol de campo contra atletas profissionais. Esse é o mote da RoboCup, que ano após ano coloca robôs para jogarem futebol entre si, visando algum dia se tornarem capazes de superar os melhores humanos na modalidade; por enquanto, esse objetivo ainda está bem distante.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital