Review do SSD Sandisk Ultra 3D de 1 TB: armazenamento de sobra e muito veloz

Entenda também porque esse disco de estado sólido tem quase duas vezes mais desempenho do que os SSDs comuns
Rene Ribeiro26/03/2019 23h22, atualizada em 27/03/2019 15h00

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O SSD SanDisk Ultra 3D de 1 TB é o primeiro disco de estado sólido da empresa a usar a tecnologia NAND 3D de 64 camadas. O resultado é um conjunto que oferece maior capacidade de armazenamento, desempenho e resistência, com menor consumo de energia.

Características da tecnologia

A primeira coisa a esclarecer é o nome desse SSD. O termo 3D pode dar a impressão de que é um nome criado pelo departamento de marketing para chamar a atenção. Mas não é. Esse nome vem do tipo de memória flash utilizada nesse SSD. A memória flash NAND é amplamente utilizada em SSDs (disco de estado sólido) por ter uma alta velocidade de acesso e também permitir grandes capacidades de armazenamento.

“Tá, mas e o 3D?” A memória NAND 3D foi desenvolvida pela Intel porque a densidade de transistores chegou a um limite e não haveria mais espaço para expandir capacidades de armazenamento. E o 3D significa, basicamente falando, que a Intel organizou as células de memória empilhando-as verticalmente, além de horizontalmente. E a Sandisk conseguiu empilhar 64 camadas, o que possibilita construir SSDs de mais de 2 TB de capacidade. Sim, é caro, mas isso é para outra discussão.

Reprodução

A interface mantém a compatibilidade com notebooks e desktops: utiliza conectores padrão SATA 3, que transferem dados para barramento de dados do computador a 6 GB/seg. Se você tem um PC com interface SATA 2, pode utilizar normalmente o SSD Sandisk Ultra 3D, pois o conector é o mesmo. Somente tenha em mente que, para atingir o desempenho máximo desse SSD, é preciso que a máquina tenha um bom processador, no mínimo, um Core i5.

É claro que um SSD sempre vai aumentar a velocidade de carregamento do Windows e outros programas, seja qual for a CPU que o computador esteja usando. Porém, como esse SSD é muito veloz, se for utilizado em um PC com processador de entrada, ele vai ter que esperar as interrupções da CPU para poder trocar dados com o sistema. Ele é um produto para alto desempenho.

Tecnologia proprietária aumenta o desempenho

Um SSD comum, inclusive da própria Sandisk, chega a velocidades de acesso sequenciais de 230 a 300 MB/seg. Mas este modelo promete velocidades de leitura a 560 MB/seg e de gravação a 530 MB/seg.

Para chegar a essas velocidades, é utilizada uma tecnologia proprietária chamada de n-cache 2.0. Essa tecnologia não utiliza cache da memória SDRAM do PC. Basicamente ela grava os dados em um cache dedicado do SSD, sem interferir em qualquer outro processo de transferência do computador.

É claro que um cache da memória SDRAM é muito rápido, porém o n-cache 2.0 da Sandisk utiliza um espaço muito grande para cache, pois se aproveita da alta capacidade desse SSD.

Reprodução

Para ter uma ideia, nesse SSD de 1 TB, ele reserva cerca de 13 GB somente para o cache antes de transferir os dados para o barramento do sistema. Outras tecnologias de SSD também usam técnica semelhante, porém com cache de 1 GB, que já é considerado grande. Então, o que acontece é que, com o acesso a dados já prontos, o sistema do computador é muito menos acionado no processo de transferência de dados. Porém, cada vez que esse acionamento acontece, é preciso que o processador do micro tenha velocidade suficiente para lidar com a grande quantidade de dados sendo transferida de uma vez.

Testes de desempenho

E aqui verificamos se toda a teoria fornece resultados eficientes na prática. Eu utilizei um PC com processador Core i5 8400 (8ª geração), 8 GB de RAM e sistema operacional Windows 10 home. Não tive como instalar o Windows no SSD, portanto só instalei ele em uma interface SATA 3 como segunda unidade de armazenamento.

A instalação não é problema algum, pois o produto é plug’n play e o BIOS do PC já reconhece automaticamente o SSD. Tudo o que precisou ser feito foi formatar, o que fiz deixando simplesmente toda a capacidade de 1 TB como uma única partição do tipo NTFS.

Reprodução

O desempenho foi mostrado por softwares de benchmarks, já que testes de transferências de arquivos não seriam reais. O motivo é que o HD do meu PC seria um gargalo enorme e não iria refletir a realidade. Já os testes de benchmarks medem a taxa real de escrita e leitura por meio de algoritmos e arquivos de tamanhos diferentes gerados por estes softwares que são específicos para testes de discos. Aliás, os softwares citados aqui são gratuitos e podem ser baixados em seu PC (seja notebook ou desktop) – pode ser uma boa para ter uma ideia da performance do seu disco atual…

Crystal Diskmark

Este software usa uma massa de dados escolhida pelo usuário. Escolhi 1 GB para não demorar muito e também porque fica dentro de uma faixa adequada para a maioria dos usuários. Ele faz testes com arquivos pequenos de 4 Kbytes em blocos que vão se somando e agrupando em arquivos maiores até formar 1 GB. Nesses casos ele faz a leitura e gravação aleatória, uma em cada parte do disco, simulando um uso real, pois isso há 3 opções de blocos de 4 K, como visto no resultado da figura abaixo, que é o teste desse SSD da Sandisk.

Ele também faz o teste de leitura e gravação sequencial de arquivos, o que é importante para saber o quanto é veloz para gravar arquivos grandes (sistema operacional, jogos, edição de vídeo, por exemplo) e também o quanto é rápido para fazer a leitura desses dados.

Reprodução

Resultados dos testes com o SSD Sandisk Ultra 3D. Tempos de acesso de leitura e gravação sequenciais são excelentes para arquivos grandes

Para se ter uma ideia, os resultados de transferência abaixo são cerca de 5 vezes mais rápidos no modo sequencial quando comparado a um disco magnético (HD). E isso significa que se o Windows demora 1 minuto para carregar em um HD, neste SSD, vai levar 20 segundos. E vai acontecer a mesma coisa para carregar jogos ou outros programas.

AS SSD Benchmark

Este outro utilitário para verificar performance segue os mesmos padrões de tamanhos de arquivos e blocos, porém usa outro algoritmo para trabalhar. Sempre uso um segundo benchmark de forma a verificar se não houve muita diferença. É como uma segunda opinião de “médico”, apenas para garantir que o sistema está equalizado e que os resultados são confiáveis.

Reprodução

Resultados dos testes com o SSD Sandisk Ultra 3D com outro benchmark. Tempos de acesso de leitura e gravação confirmaram o alto desempenho desempenho

Repare que os resultados são bastante semelhantes ao Crystal DiskMark. Apenas a última linha é diferente, informando apenas o tempo de latência entre um acesso e outro, o que revela que é muito rápido quando é solicitado continuamente.

Conclusão

É preciso ir por partes aqui. O SSD Sandisk Ultra 3D mostrou que tem desempenho superior a SSDs comuns. Além de ser indicado para qualquer usuário, ele é realmente útil para manipular grandes arquivos e em grande quantidade. Isso é bom para tarefas como jogos, editoração de vídeo e imagem, por exemplo. Mas isso não significa que o boot do Windows, por exemplo, vai ser mais rápido do que um SSD comum. Vai ser igual, o que já é rápido (não confundir com discos rígidos magnéticos; um SSD tem desempenho muito superior a um HD).

E a tecnologia n-cache 2.0 do Sandisk Ultra 3D provou ser eficiente para tarefas pesadas, o que é ótimo para gamers e profissionais de artes gráficas, por exemplo. Com certeza é um produto que eleva o desempenho da categoria e os resultados dos testes práticos foram praticamente iguais aos valores teóricos prometidos pela Sandisk. Um produto altamente recomendado.

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Colaboração para o Olhar Digital

Rene Ribeiro é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital