Review do Motorola Moto G7 Plus: um intermediário legal, mas preço não ajuda

O membro mais poderoso da edição 2019 da linha Moto G é bonito e tem bom desempenho. Mas, se você não pode gastar muito, talvez seja melhor optar pelo "caçula" da família
Rene Ribeiro15/03/2019 22h08, atualizada em 16/03/2019 14h30

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É fato que a linha de smartphones Moto G é uma das vendidas no Brasil, em concorrência direta com a família Galaxy J, da Samsung. São aparelhos que tem boa relação entre custo-benefício e, a cada geração, vem trazendo recursos que são de aparelhos mais sofisticados.

É o caso do Moto G7 Plus (modelo XT1965), aparelho do review de hoje. O preço de R$ 1.600 (média encontrada em lojas online até a data de publicação dessa análise) pode não caber na maioria dos orçamentos dos brasileiros e, neste caso, é possível fazer a opção pelo Moto G7 Play, que custa em média R$ 900 e surpreendeu nos testes realizados. Mas antes de decidir, leia os dois reviews e veja qual seria a melhor opção para suas necessidades.

Motorola Moto G7 Plus: Design a acabamento

  • Fone de ouvido de 3,5 mm

  • Cores: Indigo, Rubi

  • Scanner de impressão digital na parte de trás

  • Revestimento repelente de água (não é a prova de água)

  • Medidas: 157 x 75,3 x 8,3 mm / peso: 176g

O G7 Plus pode parecer bastante semelhante a gerações anteriores, mas todos os ajustes feitos o tornam diferente. A tela com um espaço físico mais visível, o scanner de impressão digital foi para a parte de trás do aparelho para o posicionamento mais sensato do dedo e as bordas estão menores.

Reprodução

Minha crítica no design é a insistência da Motorola em escrever seu nome na parte da frente, abaixo da tela. Com um design elegante e moderno, poderia deixar a frente livre de palavras e, se precisa insistir nisso, escreva a marca na parte de trás, mesmo já tendo o logotipo da empresa lá. De restante, tudo normal: botões de volume e liga / desliga estão do lado direito, em posição bem confortável para o dedo polegar alcançar sem problema.

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O conector USB tipo C vem na parte de baixo, e ao lado dele, está o conector P2 para fone de ouvido. Um mimo legal – e que já economiza mais alguns reais – é que ele vem com capinha plástica transparente. Como esta capa é da própria Motorola, ela encaixa perfeitamente no celular e, apesar de ser plástico bem comum, vai proteger contra arranhões e até mesmo de quebrar a carcaça do celular, já que é revestida de vidro. Aliás, a cor rubi está muito bonita.

Motorola Moto G7 Plus: tela

  • tela de 6,2 polegadas, proporção 19:9, tecnologia LCD IPS

  • resolução de 2270 x 1080 pixels (densidade de 403 ppi)

  • Entalhe (notch) formato de gota

O Moto G7 Plus é o topo da linha G / 2019. Portanto,  uma das partes do “plus” é a tela, que tem 6,2 polegadas. Apesar do tamanho grande, ainda é confortável manusear, pois as dimensões do aparelho não são grandes, como já vimos no primeiro tópico. Além disso, as bordas são finas. A tela também ganha uma linha extra para exibir notificações, graças ao entalhe (notch) em formato de gota, que abriga a câmera frontal.

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É esta linha extra na tela que justifica a proporção de 19:9 e a resolução de 1080 x 2270 pixels. A qualidade de tela do Motorola Moto G7 Plus é ótima. As cores são vívidas, o contraste é forte e a resolução é alta o suficiente para não deixar as imagens pixeladas.

Puristas podem reclamar sobre a gama de cores, mas lembre-se de que é um telefone intermediário com tela LCD IPS e não um telefone com tela Amoled com preço 3 vezes maior.

O que irrita um pouco é o brilho adaptativo ficar sempre um pouco mais escuro do que o necessário. Ok, isso é legal para economizar bateria, mas, durante os testes, em vários momentos eu tive que aumentar o brilho para ter conforto visual. Isso bem que poderia ser ajustado em uma atualização do sistema.

Motorola Moto G7 Plus: Desempenho e recursos

  • CPU Qualcomm Snapdragon 636, octa-core de 1,8 GHz

  • GPU Qualcomm Adreno 509

  • 4 GB de RAM

  • Armazenamento de 64 GB e slot para expandir até mais 512 GB

  • Sistema operacional Android 9 (Pie)

  • Aplicativo Moto para Display, Voz, Ações

A CPU do G7 Plus é intermediária, mas que baita processador bem ajustado. O Moto G7 Plus não teve dificuldade nenhuma em executar aplicativos pesados e jogos. Gosto de testar o Maps e o Waze, que são apps muito utilizados pelas pessoas e, como usam boa parte do processamento para renderizar os mapas, é um bom teste para os aparelhos. E os dois apps de mapas foram muito bem na avaliação, renderizando rapidamente os mapas e localizações em volta.

Jogos como PUBG e Shadow Gun Legends, rodaram lisos, sem lags, com experiência muito fluida. Vale citar a qualidade do áudio, que foi ótima, graças ao alto-falantes estéreo e o Dolby audio, que pode ser ativado nas configurações e dá um boost no som, destacando os graves.

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Enfim, os 4 GB de RAM e a CPU Snapdragon 636 conseguiram um bom desempenho geral e, em conjunto com a GPU (processador gráfico), conseguiu um bom desempenho para os jogos, tudo sem latência e sem demora para carregar os apps.

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Quanto aos recursos que somente a Motorola tem, vale dizer que o Moto G7 Plus também faz uso do app Moto, que traz recursos chamados Moto Ações, Moto Tela e Moto Voz.

O Moto Ações permite controlar recursos do telefone com gestos simples, como exemplos: sacudir o telefone duas vezes para acionar a lanterna, sacudir novamente para desliga-la. Girar o pulso rapidamente para ativar a câmera traseira e girar novamente para ativar a câmera de selfie.

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A Moto tela serve para configurar e interagir com as notificações mesmo com a tela bloqueada e configurar para a tela não desligar enquanto você estiver olhando para ela.

E o Moto Voz, quando ativado, detecta quando você está se movimentando rapidamente (no carro, por exemplo) e então anuncia chamadas e mensagens no viva voz. É possível configurar também locais em que você deseja que esse recurso seja ativado (sua casa e local de trabalho, por exemplo) para ele te avisar quem está ligando ou enviando mensagens e assim você nem precisa pegar o telefone.

Motorola Moto G7 Plus: Câmeras

  • Câmera dupla na traseira: 16 MP (f/1.7) e 5 MP (f/2.2)

  • Estabilização Ótica de Imagem (OIS) adicionada à câmera traseira

  • Única câmera frontal: 12 MP

Se havia um item que a Motorola não estava acertando muito bem na linha G, esse era a câmera. Facilmente as fotos saiam desfocadas ou borradas. Mas a família G7 parece ser uma divisora de águas.

O sensor de 16 megapixels tem como parceira uma lente com abertura f/1.7, o que significa que mesmo fotografar em condições de pouca luz não é um problema. O autofoco não é ultrarrápido aqui, mas, mantendo um pouco a mão parada, a foto sai muito nítida. Em boa parte, a estabilização óptica ajuda muito para obter esse ótimo resultado.

Reprodução

Exemplo de uma foto feita pelo Moto G7 Plus. Clique nesse link para ver as fotos desse review em tamanho real e sem filtros

Com boa iluminação, o G7 Plus consegue ótimos resultados, capturando com nitidez até pequenos detalhes. Em ambiente com pouca luz, as fotos ficam com ruído (aparecem minúsculos pontos na foto inteira), porém, a câmera conseguiu capturar cores fieis e clarear as imagens, identificando a cena toda e seus detalhes.

A câmera frontal também captura boas fotos quando em alta luminosidade, mas em baixa iluminação, a foto sai bem escura e com ruídos, devido a abertura f/2.2. Ainda há o modo retrato, que faz o famoso efeito Bokeh, em que desfoca o fundo e mantém apenas o rosto da pessoa focado. Como tem há apenas uma câmera frontal, esse efeito é feito por software. E dada as explicações, nada melhor do que ver as fotos feitas pelo Moto G7 Plus. Clique nesse link para ver as fotos em tamanho original, sem filtros.

Motorola Moto G7 Plus: Duração de bateria

  • Capacidade da bateria: 3.000 mAh

  • Carregador: Turbo de 27 watts

Primeiro é interessante dizer que a Motorola reduziu a capacidade de bateria do Moto G7 Plus em relação ao Moto G6 Plus. O primeiro vem com bateria de 3.000 mAh e o segundo usa uma bateria de 3.200 mAh. Talvez seja por isso que o software tente deixar sempre o brilho automático menor do que ficaria para ver tudo com conforto. Apesar disso, a bateria do Moto G7 Plus teve uma duração decente, que não me deixou na mão durante os testes.

Em uso moderado, navegando algumas horas em redes sociais, lendo e-mails, tirando e vendo algumas fotos, realizando chamadas por cerca de 15 minutos, a bateria chegou até a noite. Tirei o telefone da tomada as 8h00 e às 22h30 havia 12% de carga. Em um teste mais mais pesado, assistindo a vídeos, jogando, fazendo alguns filmes e fotos, e, também usando o aparelho para navegar e acessar redes sociais, a bateria chegou a 11 horas de uso.

Mas se algo que impressionou foi o tempo de carga. O carregador no Moto G7 Plus fornece 27 watts, a maior capacidade do mercado brasileiro até este momento. Fiz um teste de carga quando o telefone chegou a 3% de bateria. Para chegar a 100%, foram necessários  apenas 49 minutos.

Motorola Moto G7 Plus: Conclusão

A família G7 evoluiu no design frontal, com bordas pequenas que dão espaço a uma tela grande. O design traseiro não foi modificado em relação a geração anterior. Continuou com as laterais curvas e o círculo saltado que abriga as câmeras traseiras. Mas também trouxe o sensor biométrico para a parte de trás e deixou a frente livre. O notch é uma questão de gosto: há quem ame e quem odeie esse entalhe. Para mim, a única vantagem é poder ver as notificações na linha extra que se ganha subindo a tela em volta da câmera frontal. Ou seja, um detalhe que não faz muita diferença assim, já que há ferramentas nativas do sistema para lidar com as notificações mesmo com a tela bloqueada.

Quanto ao desempenho, tudo roda liso, o Android 9 parece estar bem enxuto e a dupla CPU Snapdragon 636 e memória de 4 GB faz um ótimo trabalho, pois as aplicações e jogos rodaram sem problemas. A bateria tem duração decente para não deixar na mào durante um dia de trabalho e, o que compensa é o carregador turbo de 27 watts que bateu qualquer recorde de tempo de carga de celulares. Por fim, a câmera também evoluiu, tirando fotos muito boas e o HDR automático ajudando bastante para não estourar o brilho nas fotos.

O maior problema do aparelho é o seu preço: em média, R$ 1.600, algo que não cabe em boa parte dos bolsos brasileiros em tempos atuais. Logo, se você precisa trocar urgentemente de aparelho e não pode gastar muito, o Moto G7 Play, que é o caçula da turma, está tão bom, que pode atender muito bem as suas necessidades, principalmente se você busca por desempenho em um intermediário. E o melhor de tudo: ele custa quase a metade do preço do Moto G7 Plus.

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Colaboração para o Olhar Digital

Rene Ribeiro é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital