O LG G7 ThinQ foi lançado com uma missão bastante difícil: dar um fôlego à divisão de smartphones da LG e recuperar a marca do mau resultado dos seus antecessores. Para isso, a fabricante investiu em um design com tela de 6,1 polegadas com notch e ficha técnica de ponta com processador Snapdragon 845. Já o Android 8.0 (Oreo) vem personalizado com diversos recursos de inteligência artificial, incluindo um botão dedicado à Google Assistente.
Lançado a R$ 4 mil em julho, o LG G7 ThinQ tem pintado em muitas ofertas e atraído a atenção dos consumidores. Mas, se você está em dúvida se vale a pena ou não comprar o smartphone, não deixe de conferir a seguir o review completo do Olhar Digital.
Resumão para leigos
O LG G7 ThinQ é um aparelho com design belo e bem fácil de segurar, contando ainda com resistência à água. O modelo chega com uma tela de 6,1 polegadas IPS LCD, que exibe boas cores e tem uma resolução bem legal para vídeos e uso no dia a dia. Já o notch, que divide opiniões, pode ser facilmente escondido com alguns truques nativos do Android 8.0.
No quesito câmera, o telefone da LG é bom para a maior parte dos cenários, mas deixa a desejar quando as condições de luzes são mais desfavoráveis. Já a ficha técnica dá conta dos seus jogos e aplicativos tranquilamente, embora uns 6 GB de RAM seriam muito bem-vindos. Por fim, a bateria tem apenas 3000 mAh e tende a durar cerca de 10 horas com uso moderado antes de pedir para ser carregada novamente.
Com altos e baixos, o telefone da LG tem um grande atrativo: o preço. Lançado a R$ 4 mil, o modelo já pode ser encontrado em promoções com valores abaixo de R$ 3 mil, o que é uma pechincha para um top de linha de 2018. Ou seja, se você não se incomodar com os pontos fracos do aparelho, este pode ser a grande pedida para a Black Friday.
Design
O LG G7 ThinQ é mais um telefone a embarcar na última tendência de design: tela com bordas mínimas, corpo mais “altinho” (proporção 19.5:9) e o notch. Falando de medidas, o telefone possui dimensões de 153,2 milímetros de altura por 71,9 mm de largura, espessura de 7,9 mm e peso de 162 gramas.
Traduzindo todos esses números e características para a prática, temos um telefone muito belo e de usabilidade confortável. Um dos pontos positivos são as laterais retas e a tela convencional adotada pela LG. Isso faz que o G7 ThinQ seja muito mais confortável de segurar do que um Galaxy Note 9, por exemplo, mesmo havendo uma diferença de apenas 0,3 polegadas na tela.
Já para quem se preocupa com resistência, o LG G7 ThinQ se mostrou um aparelho confiável ao sobreviver a quedas [não intencionais] do dia a dia. Na dúvida, o melhor a se fazer é equipar o aparelho com uma película e capinha como qualquer outro, mas as impressões foram positivas. Além disso, há de se destacar a presença da proteção IP68, podendo ser mergulhado a uma profundidade de até 1,5 metro por 30 minutos.
Tela
As principais controvérsias do LG G7 ThinQ estão sem dúvida na tela. A fabricante optou por um display IPS LCD no lugar da popular OLED, tendo um tamanho de 6,1 polegadas, resolução QHD (1440p) e densidade de 564 pixels por polegada (ppi). Além disso, há a presença de um corte no topo da tela (o notch) similar do iPhone X, onde são abrigados os sensores, a câmera frontal e o alto falante.
Embora o OLED seja a tecnologia da moda na fabricação do display, é possível dizer que não sentimos grandes diferença no dia a dia com o LG G7 ThinQ. O aparelho apresenta cores sem exagero de saturação e uma boa definição. O único momento em que o LCD se entregou foi durante a noite, quando a função Always On foi ativada e tornou-se possível perceber a luz de fundo do LCD quando o display era ativado.
Já no que diz respeito ao notch, a LG oferece uma forma de esconder o corte na tela em uma das configurações do sistema. Entretanto, não é difícil se adaptar ao design, que apenas toma uma parte não muito importante da área de notificações. Por outro lado, um questionamento é, sem dúvida, válido: um notch é realmente indispensável com uma borda inferior tão grande?
Câmera
O LG G7 ThinQ chega equipado com duas câmeras traseiras de 16 megapixels, sendo que o sensor principal tem uma lente grande angular, abertura de f/1.6 e foco misto de detecção de fases e a laser. Já o sensor secundário de 16 megapixels possui uma lente ultra grande angular, perfeita para fotos em grupo, e abertura de f/1.9. Por fim, é possível fazer gravações em 4K (2160p) a 60 quadros por segundo (fps) e em câmera lenta HD (720p) a 240 fps.
Traduzindo esses números para a experiência do dia a dia, o LG G7 é um telefone que se dá bem na maior parte dos cenários. Entretanto, em condições desfavoráveis como contraluz e pontos de iluminação diversos, o aparelho apresentou mais dificuldade do que o Galaxy Note 9, por exemplo. Além disso, notamos uma tendência das fotos a ficar com a exposição mais baixa do que a ideal, resultando em cliques mais escuros.
Se o conjunto de câmeras deixa a desejar em alguns quesitos, o trabalho de software da LG agrada. A fabricante investiu bastante em recursos de inteligência artificial em sua câmera, tendo integração nativa com o Google Lens e reconhecimento em tempo real dos objetos a serem fotografados para definição de filtros. Além disso, o álbum já organiza os seus cliques automaticamente de acordo com os objetos contidos neles.
Já a câmera frontal do LG G7 ThinQ possui 8 megapixels com abertura de f/1.9, lente grande angular e gravação de vídeos em Full HD (1080p) a 60 quadros por segundo. O aplicativo nativo conta ainda com modo embelezador e recurso de inteligência artificial. No entanto, o sensor demonstra as mesmas dificuldades da parte traseira, piorando os cliques de acordo com a condições de iluminação.
Enfim, embora não tenha uma câmera ruim, o LG G7 ThinQ fica para trás dos seus principais competidores tops de linha. No renomado teste especializado do DxOMark, o aparelho da LG ficou com 83 pontos, logo abaixo do iPhone 7 e do S7. O líder do ranking, o Huawei P20 Pro, ficou com um placar de 109 pontos.
Configurações
O LG G7 ThinQ possui um processador Snapdragon 845 com oito núcleos de até 2,8 GHz, 4 GB de memória RAM e 64 GB de armazenamento interno, expansível em até 512 GB via microSD. Nos testes do AnTuTu Benchmark, o telefone obteve uma pontuação de 223.810 pontos, ficando à frente de 63% dos competidores no quesito CPU e de 84% dos rivais no processamento gráfico.
Traduzindo esses números para um cenário do dia a dia, temos um telefone que consegue lidar bem mesmo com tarefas mais pesadas como jogos e apps de edição. Entretanto, os 4 GB de RAM presente no aparelho apresenta, sim, uma desvantagem em relação aos modelos com 6 GB: o resumo de aplicativos em segundo plano. Durante nossos testes, jogos como Pokémon Go foram encerrados com mais frequência do que em aparelhos com 6 GB de RAM, impedindo que o usuário continue de onde parou. Não é um erro grave, mas tende a piorar com o tempo.
Partindo para a bateria, o LG G7 ThinQ e seus 3000 mAh também não impressionam: o telefone levou cerca de 10 horas entre uma carga completa e entrar no modo de economia de energia com 15% restantes. Esse resultado foi obtido em um teste com execução constante de aplicativos de mensagens, de anotação, de streaming de música e podcast, além de jogos em um período de uma a duas horas. Trata-se de uma experiência mediana para um smartphone, mas que não desfaz o questionamento sobre a baixa capacidade escolhida pela LG para o dispositivo.
Por fim, cabe destacar que o LG G7 ThinQ possui conectividade Wi-Fi, 4.5G (LTE-Advanced), Bluetooth 5.0, Rádio FM, NFC e entrada para dois chips, sendo que o segundo chip usa a gaveta híbrida do cartão de memória. Um dos pontos positivos do telefone é a manutenção da entrada para fones de ouvidos de 3,5 mm, que permite que o usuário escute música e carregue o aparelho ao mesmo tempo ou mantenha os seus fones de ouvidos preferidos.
Sistema operacional e funcionalidades
A LG equipou o seu telefone com o Android 8.0 (Oreo) de fábrica e deve, em breve, atualizá-lo para a versão 9.0 (Pie). A fabricante, assim como outras, despacha o smartphone com uma interface personalizada para a plataforma do Google, acrescentando aplicativos próprios e fazendo modificações nas configurações do sistema. E é aí que começa outro grande problema do aparelho.
Embora a personalização da LG para o Android esteja longe de ser a pior, fica a impressão de que a interface não evoluiu muito como a da rival Samsung nos últimos anos. No dia a dia, o usuário se depara com itens como menus confusos, ícones que ainda lembram a época da linha Optimus e o uso de diferentes launchers nativos para personalizar a tela inicial. Por mais que eu entenda que haja um público fiel da marca, são detalhes como esse que podem espantar novos consumidores.
Por outro lado, a fabricante fez uma escolha bastante acertada: uma parceria com o Google para adotar funções de inteligência artificial no modelo. Ao invés de inserir uma fraca assistente pessoal no celular [Alô, Bixby], a LG colocou um botão dedicado para o Google Assistente que pode ser usado para comandos de voz ou para chamar o Google Lens, que é nativamente integrado ao sistema. Fora isso, os ajustes próprios de AI da LG, como na câmera, funcionam na medida para o benefício do usuário.
No mais, o sistema se alterna entre pontos positivos, como a personalização da barra inferior de navegação, e negativos, como o excesso de aplicativos nativos. Sem dúvidas, o sistema operacional é uma área onde a LG tem que fazer avanços nos próximos anos. Porém, a boa notícia para os interessados no G7 ThinQ é que este é um problema [Se você concordar com o que foi exposto] que pode ser resolvido futuramente com uma simples atualização. É cruzar os dedos.
Sem muitos recursos exclusivos de sistema, a LG aposta em sua tecnologia Boombox como um diferencial. De fato, ela é capaz de substituir bem uma caixinha de som das mais simples, apresentando um bom volume e graves impressionantes para o som nativo de um smartphone. Entretanto, há uma grande pegadinha: o telefone precisa estar “deitado” sobre uma superfície plana para que a “mágica” aconteça.
Preço e disponibilidade
O LG G7 ThinQ foi lançado em julho pelo preço sugerido de R$ 4 mil, estando disponível nas cores preto e platinum (prata). Atualmente, porém, já é possível encontrar o aparelho em buscadores de ofertas com promoções a cerca de R$ 2.880 ou a valores mais baixos em lojas de operadoras.
Conclusão
De forma geral, nosso tempo com o LG G7 ThinQ não deixa dúvida: este é o melhor aparelho feito pela LG nos últimos anos. O telefone tem um design bonito e consistente, espantando os fantasmas do G5, e um hardware poderoso, que faltou ao G6. Entretanto, como qualquer smartphone, ele apresenta erros e acertos que podem pesar na decisão do consumidor.
Começando pelos erros, a LG ainda precisa fazer melhorias consideráveis na sua câmera e bateria se quiser ser competitivo contra rivais como o Galaxy Note 9 e o iPhone XS. Outra área que também demanda atenção é a interface Android da fabricante que, embora não seja ruim, tem elementos confusos, antigos e não evoluiu tanto quanto o próprio sistema puro do Google ou competidoras. Além disso, ele é um telefone bem básico: sem um recurso que possa ser apontado como um grande diferencial.
Por outro lado, o LG G7 ThinQ impressiona pela sua bela construção e design muito confortável, mesmo para o uso com uma das mãos. Além disso, o conjunto formado pelo processador Snapdragon 845 e os 4 GB de RAM dão conta do recado, mesmo não sendo potentes como os 6 GB do Note 9. Por fim, a parceria com o Google para integrar a Assistente e os recursos de inteligência artificial do sistema certamente melhoram a experiência.
Enfim, embora não seja um celular que desperte a paixões dos fãs de tecnologia, o LG G7 ThinQ tem um grande aliado: o preço. Considerando os lançamentos mais recentes e os descontos que o aparelho já recebeu, este talvez seja o top de linha do Brasil com melhor custo-benefício da atualidade. E, com a Black Friday batendo à porta, este talvez seja a escolha ideal para quem deseja terminar o ano com smartphone novo.
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