Redução de impostos sobre eletrônicos importados pode expulsar fabricantes do Brasil, diz entidade

Após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que deseja facilitar a entrada de produtos, a entidade divulgou uma nota explicando como isso irá expulsar fabricantes de computadores e celulares no país
Redação25/06/2019 16h39, atualizada em 25/06/2019 18h30

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A Abisemi, que representa empresas fabricantes de semicondutores, publicou uma nota se posicionando em relação a decisão do governo de reduzir impostos de importação sobre computadores e celulares. O presidente Jair Bolsonaro postou em seu Twitter, no começo de julho, que as taxas iriam diminuir ainda mais sobre itens que não são produzidos no Brasil.

O anúncio pegou os fabricantes despreparados e impulsionou uma reação contrária a medida. Um dos argumentos que condena a ação é afirmando que essa irá destruir empregos, uma vez que as empresas de produtos eletrônicos brasileiros vão perder terreno nacionalmente.

Rogério Nunes, presidente da Abisemi, explicou que a redução do II implicará na saída de empresas estrangeiras que estão instaladas no Brasil, já que importar será algo mais simples. Consequentemente, ele diz que haverá um “desmonte da indústria de componentes, incluindo a de semicondutores”. “Serão perdidas conquistas relevantes para toda a sociedade brasileira, que resultaram de mais de duas décadas de investimentos, nacionais e estrangeiros”, diz.

Logo após a recente postagem do presidente na rede social, a Abisemi exibiu um comunicado se opondo a proposta. “Os componentes de memória produzidos no Brasil já são qualificados pelas maiores fabricantes mundiais do setor de TICs, que os empregam em 90% dos computadores e em 50% dos celulares produzidos e vendidos no país”, afirma. O texto ressalta o fato relacionado aos chips, que são uma grande parcela dessa indústria, produzidos e consumidos em território brasileiro, e que podem ser grandes afetados.

Por fim, a entidade afirmou que a redução tarifária não é único caminho para que o governo atinja seus objetivos, uma vez que ele deveria manter o foco em tornar o cenário melhor para empresas locais antes de priorizar a entrada de produtos. “Antes, fazem-se necessárias medidas que garantam maior estabilidade econômica, previsibilidade regulatória e tributário-fiscal, redução de rotinas burocráticas, geração de empregos e estímulo ao consumo, que resultarão em ganhos de escala e redução significativa de custos”.

Via: telesíntese

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital