Realme anuncia a primeira Smart TV 4K com tecnologia SLED no mercado

Nova abordagem na iluminação da tela promete cores mais precisas e redução no nível de luz azul, que é prejudicial ao sono
Rafael Rigues28/09/2020 14h22

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A realme anunciou o desenvolvimento, mas não o lançamento, da primeira Smart TV 4K com tecnologia SLED no mercado. Com tela de 55″, a TV usa uma nova tecnologia para iluminar a tela, o que segundo a fabricante resulta em cores mais puras e uma redução no nível de luz azul, que é prejudicial ao sono.

Uma TV LCD convencional usa luz branca para iluminar a tela, que passa por filtros RGB (Red, Green, Blue ou Vermelho, Verde e Azul) para criar as cores primárias. Uma TV QLED ou “Quantum Dot” usa uma luz azul, que é absorvida por pontos quânticos e convertida em vermelha ou verde.

Já a SLED ilumina a tela diretamente com elementos RGB, que são combinados para formar a luz branca. Segundo a empresa, a nova tela consegue reproduzir 108% do espectro de cores RGB, enquanto uma TV LED comum chega a 70%.

Reprodução

Diagrama explica as vantagens da tecnologia SLED. Imagem: realme

A TV foi desenvolvida em parceria entre a realme e o cientista John Rooyams da Spectral Power Distribution Technology (SPD Technology). Ela tem certificação “Low Blue Light” (pouca luz azul, literalmente) emitida pela TÜVRheinland, algo que segundo a realme era exclusividade das telas OLED.

Apesar do anúncio, a realme não apresentou mais detalhes técnicos da TV, nem mencionou seu preço ou data de lançamento. A Índia é o principal mercado da empresa, então é provável que seja este o local de estréia do produto.

Rixa com a Xiaomi

A realme é uma empresa nova, fundada em maio de 2018 por Sky Li, que era vice-presidente da Oppo. Na verdade ela, a Oppo, a Vivo e a OnePlus são parte de um conglomerado chinês chamado BBK Electronics, sediado em Dongguan, na China.

Em pouco tempo de vida, a empresa ganhou espaço na India, onde é a quarta colocada no ranking de vendas com 14% do mercado, atrás apenas da irmã Vivo (17%), da Samsung, (26%) e da Xiaomi (29%). A fórmula para o sucesso foi a mesma da Xiaomi: produtos com tecnologia de ponta, alinhados com as necessidades dos consumidores locais e uma forte presença online. Claro que o nome similar ao da rival não atrapalha.

Em janeiro deste ano Manu Kumar Jain, vice-presidente da Xiaomi, acusou via Twitter a concorrente de se limitar a copiar ideias das outras fabricantes. Um executivo da POCO, uma das muitas marcas da Xiaomi, entrou na história e aconselhou a Realme a começar a ter ideias originais para evitar a queda de suas vendas.

O CEO da Realme, Madhav Sheth, preferiu não comentar as acusações diretamente, mas não perdeu a oportunidade de atacar a rival. Para ele, uma empresa inovadora e líder de mercado não deveria se comportar dessa maneira. Além disso, afirmou que eles estariam inseguros com o crescimento da Realme e que a empresa vai apenas focar em se tornar a melhor marca de 2020, sem se importar com a concorrência.

Fonte: realme

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital