Prepare-se: devemos ter o primeiro iPhone custando mais de R$ 10 mil no Brasil

Renato Santino10/09/2018 21h42, atualizada em 12/09/2018 22h50

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A Apple anunciou os novos iPhones XS e, para surpresa de ninguém, a empresa continua apostando em aparelhos caros, que chegam à faixa de preço dos US$ 1.000. Apesar de a surpresa ter passado longe nesse aspecto, a notícia ainda é negativa para os brasileiros que têm tudo para receber o iPhone mais caro da história.

Já é tradição que, ano após ano, o Brasil tem o iPhone mais caro do mundo. Os motivos são dois: a alta carga tributária brasileira e o próprio custo-Apple, que é maior do que qualquer outra empresa de eletrônicos mais convencional. No entanto, neste ano, temos mais um fator pesando contra os brasileiros que quiserem comprar o celular por aqui: o dólar.

Você pode ter acompanhado nos noticiários nos últimos tempos. O dólar está alcançando patamares próximos dos maiores da história, chegando perto dos R$ 4,20 nas últimas semanas. Há algumas razões que explicam isso, como a economia combalida e, especialmente, a preocupação com o processo eleitoral brasileiro.

Independentemente das razões, o dólar com uma cotação nessa faixa praticamente garante que o novo iPhone chegará ao Brasil custando uma fortuna ainda maior do que nos anos anteriores. Para isso, vamos comparar a situação da cotação do dólar no ano passado.

Entre setembro de 2017 (apresentação do iPhone X) e novembro (chegada do iPhone X ao Brasil), o dólar oscilou entre R$ 3,0945 e R$ 3,3094. Isso não impediu que o aparelho chegasse ao país com o preço sugerido de R$ 7.000, enquanto o preço nos EUA, sem incluir os impostos calculados na hora da compra que variam de cidade para cidade, era de US$ 1.000.

Diante disso, poderíamos pensar em uma aplicação da famosa regra de três. Considerando que, com o dólar custando R$ 3,20 (média do período entre setembro e novembro), o iPhone X de US$ 1.000 custou R$ 7.000 no Brasil, quanto custaria um iPhone lançado por US$ 1.000 com o dólar a 4,20? A resposta não é nada amigável: o aparelho teria o preço sugerido de aproximadamente R$ 9.200.

Esse poderia ser o preço do iPhone XS mais barato, com 64 GB de armazenamento. E se olhássemos o aparelho mais caro? Estamos falando do iPhone XS Max, com 512 GB de espaço, que custará US$ 1.450. Neste caso, o preço poderia passar de R$ 13,3 mil, colocando com folga o preço de um iPhone acima dos R$ 10 mil.

Mas e se o usuário não quiser o top de linha e se contentar com o aparelho mais modesto, o iPhone XR? Neste caso, a comparação será outra. O iPhone 8, por exemplo, foi lançado por US$ 700, o que se traduziu em um preço de R$ 4.000 no Brasil com o dólar a R$ 3,20. Enquanto isso, o XR tem o preço-base de US$ 750, mas o dólar está bem mais alto. Com o cálculo proporcional, o preço do novo aparelho ficaria em R$ 5.600, o que faz sentido quando comparamos, por exemplo, aos preços cobrados pela Samsung com o Galaxy Note 9.

Claro que existem muito mais fatores para a Apple definir o preço final dos novos iPhones no Brasil do que uma simples regra de três. Os valores mencionados são uma estimativa proporcional que provavelmente serão bastante diferentes da realidade. No entanto, o cálculo deixa claro uma coisa: quem quiser comprar um novo iPhone no Brasil vai ter que pagar bem caro por isso se o dólar não cair bastante até o lançamento.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital

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