“Massificar” o 5G: esse é o objetivo da Qualcomm para 2020. Coube a Cristiano Amon, brasileiro que é presidente da empresa, subir ao palco no primeiro dia do Snapdragon Tech Summit na ilha de Maui, no Havaí, para mostrar como ele será atingido.

Para o consumidor, especialmente aqui no Brasil, o 5G parece algo distante. Mesmo no exterior, onde a tecnologia está em operação em várias cidades, a cobertura é escassa e limitada a locais específicos de grandes centros, como estádios de futebol americano, basquete ou beisebol.

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Ainda assim, segundo Amon, em 2019 a tecnologia foi implantada por mais de 40 operadoras em todo o mundo, com mais de 40 OEMs (fabricantes) anunciando equipamentos compatíveis. A expectativa é que até o final de 2020 hajam mais de 200 milhões de usuários de telefonia móvel com conexão 5G em todo o mundo, e que o número de conexões chegue a 2,5 bilhões em 2025.

De acordo com o executivo, um impulso para a disseminação do 5G será o DSS (Dynamic Spectrum Sharing), tecnologia que permite a implantação de 4G LTE e 5G NR na mesma faixa de frequência, e aloca dinamicamente recursos de espectro entre as duas tecnologias com base na demanda. Combinada ao adensamento das redes 4G nos últimos anos, feito para atender ao grande número de usuários, ela tornará a implantação do 5G mais fácil e rápida.

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Cristiano Amon, presidente da Qualcomm

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Amon afirma que o 5G irá inaugurar a era dos “Super Apps”: a maior largura de banda e menor latência oferecidos pela tecnologia, combinada aos recursos de IA cada vez mais presentes nos chipsets usados nos aparelhos, vai possibilitar a criação de uma nova geração de serviços que tornarão o sistema operacional “menos relevante”.

Mas as redes não são nada sem aparelhos para que os usuários possam acessá-las. Para possibilitar a criação destes dispositivos, a Qualcomm anunciou dois novos SoCs (System on a Chip): o Snapdragon 865, voltado para smartphones topo de linha, e o Snapdragon 765, para aparelhos intermediários de grande volume. Uma variante, o Snapdragon 765G, é voltada a smartphones para gamers, ampliando o alcance deste segmento que hoje é concentrado em aparelhos topo de linha com preços bastante altos.

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Representantes de fabricantes como a Motorola, Xiaomi e Oppo subiram ao palco para falar sobre a adoção dos novos chips. O também brasileiro Sérgio Buniac, presidente da Motorola Mobility, mencionou que em 2020 a empresa estará focada em inovação, dobráveis (como o novo RAZR) e 5G, e prometeu “os smartphones mais rápidos com a plataforma carro-chefe da Qualcomm” para 2020.

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Sérgio Buniac, Presidente da Motorola Mobility

Lin Bin, co-fundador da Xiaomi, mencionou brevemente que o Mi 10 chegará “logo”, baseado no Snapdragon 865, e equipado com um sensor de câmera de 108 MP. Outro produto da empresa, o Redmi K30, usará o Snapdragon 765 e será anunciado na próxima semana. Já Alen Wu, Vice-Presidente da Oppo, fabricante que pertence ao mesmo grupo da OnePlus e Realme, prometeu para o primeiro trimestre de 2020 um novo carro-chefe da empresa baseado no Snapdragon 865.

Por fim Alex Katouzian, SVP e gerente geral da unidade de negócios de mobilidade da Qualcomm, apresentou uma “arma secreta” da empresa para acelerar a adoção de seus novos produtos e tecnologias entre as fabricantes: a 5G Modular Platform, tecnologia que promete condensar os “40 ou mais” componentes usados em um smartphone moderno em “2 ou 3 módulos”, que irão simplificar o design e produção de aparelhos.

Segundo Amon, “o 5G abrirá novas e empolgantes oportunidades para conectar, computar e se comunicar de maneiras que ainda não imaginamos e estamos felizes em ser um participante chave na adoção do 5G em todo o mundo”.