Proteção contra pirataria causa queda de desempenho em novo ‘Assassin’s Creed’

Renato Santino01/11/2017 16h50

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Em nome do combate à pirataria, muitas empresas ocasionalmente acabam punindo seus consumidores com restrições. “Sonic Mania”, por exemplo, forçava os jogadores a se manter conectados sem qualquer motivo. Agora é vez de “Assassin’s Creed Origins”, que suga recursos do processador apenas para proteger contra cópias irregulares.

Em fóruns do Steam, jogadores reclamam que o jogo está usando a CPU do computador mais do que a média dos games. Em um dos casos identificados pelo site TorrentFreak, um jogador com um chip Intel Core i7 nota que frequentemente o jogo exige 90% dos recursos do processador. Outro jogador com um Core i5 apontou que o jogo exigia 100% dos quatro núcleos do componente, mesmo selecionando uma configuração gráfica menos exigente. Os jogadores também apontaram que isso acontece com qualquer placa de vídeo, não importando se é uma GPU de alto nível ou um modelo de entrada.

Segundo Voksi, notório por crackear games para distribuir cópias piratas online, o problema está em uma tecnologia nova usada pela Ubisoft para proteger o game. Então, além da proteção Denuvo, já bastante conhecida do público, a empresa implementou uma segunda camada chamada VMProtect. Essa ferramenta exige mais poder de processamento, o que faz com que seja necessário ter um processador mais caro para jogar.

O impacto disso é fácil de ser percebido. Com 100% (ou próximo disso) da capacidade do processador em uso, o jogo tende a apresentar lentidão em momentos mais exigentes, causando perda da taxa de quadros do game.

O VMProtect é um sistema que se dedica a prevenir a engenharia reversa de software, evitando que ele seja crackeado. A empresa explica o serviço afirmando que ele “protege código o executando em uma máquina virtual com uma arquitetura fora do padrão que torna extremamente difícil analisar e crackerar o software. Além disso, o VMProtect gera e verifica números de série e muito mais”.

O problema é que essa máquina virtual exige muito do computador, o que gera transtornos ao jogador que pagou para ter o jogo original. Há relatos de que o jogo causou a famosa “tela azul da morte” do Windows por superaquecer o processador, forçando o PC a reiniciar. Vale notar também que a tendência é que, quando o jogo for pirateado, essas proteções sejam removidas, o que deve fazer com que o game pirata rode de forma mais lisa que o original.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital