Primeiro celular do criador do Android é oficialmente um fracasso

Renato Santino13/02/2018 15h53, atualizada em 13/02/2018 17h50

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No primeiro semestre, o mundo viu o surgimento da Essential, uma nova empresa de hardware comandada por Andy Rubin, executivo que se notabilizou por criar o sistema operacional Android. O primeiro e principal produto da companhia, o Essential Phone teve um lançamento chamativo, mas não conseguiu converter essa atenção em vendas.

Segundo a consultoria IDC, a Essential vendeu apenas 88 mil de seu celular em seis meses no mercado, no período entre julho e o fim de 2017, o que é um número horrível para uma empresa que produz hardware e precisa lidar com altos custos de produção. Para efeito de comparação, a nova Nokia, cuja marca é controlada pela HMD Global, teve 4,4 milhões de unidades vendidas ao longo do ano e está longe de ser um grande sucesso. A LG Mobile, por sua vez, conseguiu vender 13,7 milhões de celulares em três meses e fechou o período com prejuízo milionário.

Já se esperava que o número de unidades vendidas não fosse muito alto. Lançado por US$ 700, o aparelho, de marca desconhecida do público, mirava roubar público do iPhone e do Galaxy S8, o que se provou inviável até o momento. A Essential tentou entrar em um mercado que está bastante amadurecido e dividido praticamente apenas por Apple e Samsung. Todas as outras marcas disputam migalhas, e a maioria toma prejuízo com sua divisão de smartphones.

Do ponto de vista da crítica, o celular teve uma recepção mista. As análises elogiavam a construção do aparelho, velocidade e a aposta no Android puro, mas criticavam preço e câmera. Ao que tudo indica, os consumidores se focaram nas últimas características, forçando a empresa a anunciar uma redução drástica no preço sugerido após três meses, que caiu de US$ 700 para US$ 500. A empresa ainda chegou a realizar um novo corte de preço para US$ 400 oferecendo ainda uma câmera 360° como acessório grátis durante a Black Friday, o que já deixava bem claro: o smartphone estava encalhado.

Com um pouco mais de força de marca, esse preço deveria ser suficiente para movimentar muito mais unidades do que apenas 88 mil. Afinal de contas, o preço deixou de ser defeito e passou a ser vantagem e a câmera foi melhorando com atualizações de software, mas não foi isso que se viu.

Agora é esperar para ver se a empresa mantém sua estratégia neste ano, com uma segunda geração do Essential Phone. O aparelho existirá? Se existir, ele apostará na mesma faixa de preço para peitar gigantes como um novo iPhone e o Galaxy S9? O que o aparelho pode apresentar de novo para tentar se distinguir dos demais?

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital