Primeiras reações ao Google Pixel 2 indicam que o Google acertou em cheio

Daniel Junqueira17/10/2017 17h54

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O Google Pixel 2 foi lançado hoje nos Estados Unidos e a imprensa internacional já publicou análises dos novos smartphones do Google. As reações são bastante positivas e indicam que a segunda tentativa do Google no mundo do hardware foi muito bem sucedida.

A segunda geração da família Pixel conta com o Pixel 2 e o Pixel 2 XL. A diferença entre eles está no tamanho da tela (o Pixel 2 tem 5 polegadas, o Pixel 2 XL tem 6 polegadas) e no design. A bateria do Pixel 2 XL (3.520 mAh) também é maior que a do Pixel 2 (2.700 mAh)

Eles foram feitos por empresas diferentes: o Pixel 2 XL é da LG e o Pixel 2 é da HTC, mas o hardware e o software são idênticos. Ambos contam com processador Qualcomm Snapdragon 835, 4 GB de RAM, GPU Adreno 540, câmera traseira de 12 megapixels e frontal de 8 megapixels e conector USB-C, e os dois rodam o Android 8.0 Oreo puro.

Design

Fabricados por empresas diferentes, o Pixel 2 e o Pixel 2 XL também apresentam leves diferenças no design. A principal dela está na parte frontal: com tela com proporção 18:9, o Pixel 2 XL tem um aproveitamento muito melhor do espaço frontal em relação ao Pixel 2, que tem mais bordas.

Chris Velazco, do Engadget, considerou o smartphone de 5 polegadas como um modelo mais “tradicional”. “O Pixel 2 não é só o menor dos novos telefones do Google; é também o mais tradicional. Muito por causa do design retangular que conta com uma tela de 5 polegadas OLED 1080p e grandes bordas acima e abaixo da tela.”

Reprodução/Engadget

Já o Pixel 2 XL impressiona por seu ar mais “moderno”, como disse Andrew Martonik no Android Central. “O Pixel 2 XL vai ganhar mais atenção, e eu digo que é merecido. A tela grande 18:9, as bordas arredondadas e moldura menor parecem mais modernas,” escreveu.

Um aspecto bastante contestado foi a decisão do Google de remover a entrada de fone de ouvido convencional, seguindo os passos de outras empresas do mercado.

“Mesmo com a conectividade wireless e a inclusão do adaptador na caixa, acho que está cedo demais para fabricantes matarem a entrada de fone de ouvido”, escreveu Sam Rutherford no Gizmodo. O Android Central lembrou que o Google promoveu o Pixel exatamente dizendo que ele tinha entrada de fone de ouvido enquanto concorrentes não tinham.

Tela

As telas são diferentes em tudo: tamanho, proporção e resolução. O Pixel 2 tem tela AMOLED Full HD de 5 polegadas com proporção 16:9. O Pixel 2 XL tem tela pOLED 2880×1440 de 6 polegadas com proporção 18:9. Com tecnologias diferentes, elas exibem resultados bastante diferentes. E a tela do 2 se saiu melhor.

A escolha por uma tela OLED fabricada pela LG no Pixel 2 XL não agradou muito. “A tela do Pixel 2 XL tem um granulado ‘sujo’ consistente, e você pode ver isso o tempo inteiro se souber o que está procurando. Mas a sujeira é mais notável em uma sala escura com a tela no brilho mínimo, o que é um uso totalmente comum noturno. Sempre que tiver uma cor sólida no fundo – digamos, uma lista sob um fundo branco – você vê o granulado”, escreveu Ron Amadeo no Ars Technica.

O Gizmodo ainda notou uma mancha azul na tela. “Quando vista fora do eixo, a tela pOLED do Pixel 2 XL tem uma tonalidade azul notável, algo que você não encontra no Pixel 2 padrão.”

Em relação ao Pixel 2, a recepção foi mais positiva. “Me surpreendi ao ver que a tela menor do Pixel exibia cores mais vivas e nítidas do que o irmão maior,” escreveu Velazco no Engadget.

Reprodução/Ars Technica

Software

O software do Google Pixel 2 vai muito além de um Android puro: o Google fez adições próprias ao sistema para tornar seus smartphones mais atrativos. Seja na integração com o Assistente ou nos recursos de câmera, o software do Pixel 2 foi bastante elogiado.

“A peça mais importante é o Google Assistente. Ele está disponível em outros smartphones, mas no Pixel 2 ele parece ser mais central à experiência. Para mim, ficou claro quando disse “OK Google” e o Pixel 2 me ouviu e acordou do outro lado do quarto”, explicou Dieter Bohn, no The Verge.

A boa impressão dele também foi sentida por outros jornalistas. No Android Central, Andrew Martonik ressaltou que a experiência do Pixel 2 é muito melhor do que a dos antigos Nexus. “O Google adicionou consistentemente pequenos recursos e mudanças para eu software no último ano, e no geral foram novidades simples e pouco invasivas”.

O recurso de “esmagar” o smartphone para ativar o Google Assistente também foi bem recebido. No Ars Technica, Ron Amadeo disse ter gostado bastante do recurso. “Parece besta, mas apertar para abrir o Assistente é um dos meus recursos preferidos do Pixel 2. Como a função de esmagar sempre está disponível e sempre funciona – se você tem um app aberto ou mesmo se a tela estiver desligada – ela acaba sendo a forma mais fácil e consistente de abrir o Assistente.”

No The Verge, Bohn explicou como passou a usar mais o recurso com o tempo. “O Active Edge [nome dado pelo Google ao recurso] funciona, e é conveniente, mas tenho tantos anos de ‘pressionar o botão home para a Siri ou o Assistente’ na memória que não usei isso logo de cara. Mas com o passar do tempo passei a apreciar mais”.

Reprodução/Engadget

Bateria

A bateria do Pixel 2 não impressiona: ela aguenta um dia de uso, mas pouco além disso. A do Pixel 2 XL, por outro lado, vai muito mais longe e pode passar até um dia e meio fora da tomada sem dificuldade.

“Em nosso teste de bateria, o Pixel 2 durou 8 horas e 59 minutos, quase 15 minutos a menos do que o Galaxy S8 e mais de duas horas a menos do que o Pixel 2 XL, que atingiu 11h17”, diz a análise do Gizmodo.

Apesar do Pixel 2 XL aguentar mais, o Pixel 2 também tem uma bateria bem decente. “O Pixel 2 tem bateria de 2.700 mAh. Sim, é um pouco menos do que o Pixel original. Mas ainda assim foi mais do que o suficiente para eu atravessar um dia inteiro e até um pouco mais,” explicou o Engadget, notando que a bateria do XL pode aguentar até dois dias dependendo do uso.

Câmera

Nada foi mais elogiado no Google Pixel 2 do que a sua câmera. O The Verge disse que é candidata a melhor câmera de smartphone do mundo. “O Google usou sua maior força, o aprendizado de máquina, para fazer uma câmera muito melhor”, explicou Dieter Bohn em seu review. “Os detalhes técnicos são menos importantes do que a forma como o Google aborda a fotografia: ele trata fotografia como um problema de dados em vez de um problema de luz”.

“O Google não se desviou da sua filosofia em fotografia que é dar a foto mais precisa ao mesmo tempo que acerta as cores e usa técnicas HDR para oferecer uma imagem maravilhosa,” escreveu o Android Central. Aliando recursos de software a hardware de ponta, o Pixel 2 consegue oferecer imagens que estão entre as mais belas da atualidade, de acordo com os relatos da imprensa estrangeira.

As ferramentas incluídas no software da câmera se mostraram competentes. O modo retrato, que borra o fundo para destacar um objeto em primeiro plano, foi refinado com o uso da inteligência artificial e funciona tanto na câmera frontal quanto na traseira.

“A câmera usa a distância entre pixels individuais no sensor para determinar profundidade, e então define o primeiro plano e o plano de fundo em software e aplica um borrão de fundo na imagem final. Como em todos os modos de outras empresas, o do Google não é perfeito, mas é surpreendentemente tão bom quanto os outros – e em muitos casos se mostrou ainda melhor”, disse Andrew Martonik no Android Central.

Ex-editor(a)

Daniel Junqueira é ex-editor(a) no Olhar Digital