A nova geração do MacBook Pro começa a ser vendida em breve nos EUA e, nesta segunda-feira, 14, os principais veículos de tecnologia do país começaram a publicar suas análises sobre o produto. Reunimos abaixo algumas das principais avaliações publicadas na imprensa internacional.

Além de uma evolução natural de hardware, o MacBook Pro 2016 tem como principal novidade o que a Apple chama de Touch Bar: um painel OLED sensível ao toque inserido logo acima do teclado e que substitui as tradicionais teclas de função conhecidas há décadas (F1, F2, F3 etc.).

Esse teclado virtual muda o conjunto de botões de acordo com o aplicativo em uso. Se o usuário estiver escrevendo no Microsoft Word, por exemplo, verá ali teclas virtuais para formatar seu texto; se estiver ouvindo música no iTunes, verá botões para acelerar ou retroceder; e assim por diante.

A grande maioria dos reviews preferiu dar mais destaque a essa novidade do que ao desempenho do computador em si. Jake Kastrenakes, do Verge, por exemplo, limitou-se a dizer que, em termos de hardware, o novo MacBook Pro “é impressionantemente pequeno, tem uma tela incrível e eu adoro o novo teclado”.

David Pierce, da Wired, disse um pouco mais. O jornalista destacou as mesmas qualidades, mas também levou em conta o fato de que o aparelho custa US$ 1.800 (a partir de R$ 13.900 no Brasil), sem placa de vídeo dedicada (presente apenas na versão mais cara) e ainda depende de uma série de adaptadores porque ele só vem com portas Thunderbolt 3.

Dito isso, o review da Wired argumenta que “se você quer o melhor computador que se possa comprar, não compre este. Há várias máquinas com Windows das quais você vai gostar mais. Mas se você quer um laptop básico para tarefas básicas, e voce pode pagar por este, você vai amá-lo”.

O que nos leva à Touch Bar. O consenso da grande maioria das análises é de que o novo recurso é interessante e de fato causa certo impacto na experiência dos usuários com o laptop. Mas, de um modo geral, a novidade ainda parece muito crua ou “à frente de seu tempo” para mostrar grande utilidade.

“Ela é meio que útil, mas ainda tem tão pouco suporte de apps além dos da Apple que, pelo menos por enquanto, a Touch Bar não é motivo suficiente para comprar um novo MacBook Pro”, escreveu Christina Warren para a versão norte-americana do site Gizmodo. Segundo ela, o problema da Touch Bar é que ainda não se trata de uma grande revolução como a Apple promete ser.

“Não é especialmente útil para pessoas comuns e nem para os míticos ‘pros’ para quem a nova linha MacBook foi supostamente desenhada. A Touch Bar é mais atraente para profissionais, mas essas pessoas vivem e morrem por seus atalhos memorizados. Então, por ora, ela não vai causar um grande impacto”, diz Christina.

Isso não quer dizer que a Touch Bar não seja um bom novo recurso. A maioria das avaliações do novo MacBook destaca o quanto é divertido usar a barra digital para selecionar emojis quando se navega por um aplicativo de mensagens, por exemplo. Lance Ulanoff, do Mashable, diz que o painel é “uma excelente obra de engenharia e design que é ao mesmo tempo intuitiva e útil”.

Andrew Cunningham, do Ars Technica, também diz que o painel é “mais fácil e mais conveniente do que os antigos botões de função”. Por outro lado, ele mais atrapalha do que ajuda em alguns casos. Uma das funções da Touch Bar em aplicativos de edição de texto é sugerir a próxima palavra, assim como faz o teclado digital do seu smartphone. Algo que o novo sistema ainda não faz muito bem no laptop.

“Eu tipicamente digito algo entre 70 e 80 palavras por minuto e, nessa velocidade, eu quase nunca olho para as sugestões [na Touch Bar]. Isso quando as sugestões não são tão idiotas quanto ‘eu’ ou ‘um’, sendo que as teclas físicas para ‘e’ e u’ estão a apenas alguns centímetros de distância”, diz o review do Ars Technica.

O que certamente agradou a quase todos os jornalistas que testaram o MacBook Pro é o Touch ID, sistema de segurança por biometria importado do iPhone e do iPad. Sob o botão físico de liga/desliga há um sensor que desbloqueia o computador com apenas o toque da impressão digital do usuário – algo que não existia nos MacBooks anteriores.

Segundo Brian Heater, do TechCrunch, a Touch ID do novo MacBook é um “conveniente novo recurso – e indiscutivelmente o mais subestimado, fazendo seu trabalho em um instante”. Dana Wollman, do site Engadget, também elogiou a novidade: “É melhor do que inserir uma senha ou fazer login com um Apple Watch.”

Walt Mossberg, editor do Recode e do Verge e um dos mais antigos jornalistas de tecnologia dos EUA (além de amigo pessoal de Steve Jobs), concorda com a maioria dos outros jornalistas e acrescenta: o novo MacBook Pro, por esse preço, é mais voltado para os fãs de longa data da Apple do que para quem busca um novo laptop independentemente da marca.

“A Touch Bar tem potencial, mas não é mágica. A bateria não entrega tanto quanto a Apple promete. Você pode não gostar do teclado. Mas se você é um devoto do Mac pronto para ir além do MacBook Air – e não voltar para um MacBook menos poderoso – isso é o que a Apple oferece. Compre-o ou deixe-o”, conclui Mossberg.