Celular pós-pago vale a pena no Brasil? Veja o comparativo com planos pré

Renato Santino06/08/2018 22h28, atualizada em 06/08/2018 22h30

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Por muitos anos, o plano de celular pré-pago foi diretamente associado com um público de menor poder aquisitivo. A associação fazia sentido: em uma época em que não se usava tanto o celular, a possibilidade de só usar os créditos quando fosse absolutamente necessário se tornava uma vantagem grande para quem não precisava de muito para se satisfazer.

O que ninguém contava, no entanto, é que em pleno 2018 os planos pré se tornariam tão atraentes até mesmo para quem tem condições de pagar uma mensalidade. Na tentativa de atrair público, as operadoras têm oferecido vantagens que chegam até mesmo a superar os planos pós.

O Olhar Digital fez um comparativo para mostrar como os planos pré de cada operadora têm superado as opções pós em custo-benefício. Para isso, analisamos o que cada uma das quatro grandes empresas (TIM, Claro, Vivo e Oi) oferece nos planos Pré, Controle e Pós. Fica muito evidente que nos pacotes individuais mais acessíveis, as opções Pré têm superado com folga todas as opções similares Pós e Controle. Confira:

TIM

Vamos começar olhando a TIM, que sempre foi lembrada muito mais pelos seus planos pré do que pelos pós. Hoje, pagando R$ 10 por semana, o usuário tem acesso a 2 GB de dados semanais com ligações ilimitadas e envio ilimitado de mensagens pelo WhatsApp ou Facebook Messenger sem descontar nos dados. Considerando um mês de 4 semanas, isso são 8 GB de internet por R$ 40.

E, claro, sempre há o pacote TIM Beta, queridinho do público, mas que não é tão simples assim de aproveitar, já que depende de convite. O pacote pré-pago mensal oferece 10 GB de internet, 600 minutos de chamadas de voz e SMS liberado por R$ 55. Quem ganhar acesso à categoria Beta Lab pode ter até 20 GB de dados e 2.000 minutos pelo mesmo preço mensal. Já o plano semanal de R$ 10 dá acesso a 2,5 GB por semana, o que dá 10 GB por R$ 40 em um mês de quatro semanas.

Agora vamos comparar com o que a empresa oferece nos planos Controle, que misturam conceitos de pré e pós e costumam ser a porta de entrada para o pós-pago. No melhor dos pacotes, o usuário recebe 4 GB mensais pagando R$ 60 por mês, o que fica muito abaixo de qualquer opção pré mencionada anteriormente.

Da mesma forma, olhando os planos TIM Black, a opção mais acessível custa R$ 85 por mês pagando no cartão de crédito; ela dá acesso a 10 GB de dados, sendo que 5 GB são para uso geral e 5 GB dedicados a streaming de vídeo. São R$ 8,50 por GB, enquanto o plano pré mais básico da TIM oferece R$ 5 por GB.

Claro

A Claro recentemente tem apostado pesado nos planos pré, ou “Prézão”, como a empresa anuncia o pacote, com duas opções bastante interessantes no semanal: o primeiro pacote custa R$ 10 por semana e oferece 2 GB de dados, sendo metade disso um bônus de renovação. Já o plano de R$ 15 por semana tem 3 GB de dados, também com 1 GB de bônus de renovação. Ou seja: por R$ 40 por mês, o usuário tem 8 GB de dados, e por R$ 60 ele tem 12 GB.

Nenhum dos planos Controle da empresa chega perto disso. O pacote mais barato cobra R$ 40 por mês e dá apenas 2,5 GB de dados, enquanto o mais caro cobra R$ 75 e oferece apenas 6 GB de internet, sendo 1 GB como bônus para quem fizer a portabilidade.

As opções pós até chegam perto de igualar condições, mas cobrando muito mais caro. O plano mais barato oferece 14 GB (ou 15 GB com bônus de portabilidade), mas metade desse pacote é dedicado ao uso entre na madrugada, entre 23h e 7h. Isso custa R$ 100 mensais. Ou seja: o plano pós mais barato cobra R$ 6,66 por GB, enquanto o pré cobra R$ 5 por GB.

Vivo

A Vivo não tem muita tradição nos pacotes pré, mas também seguiu as concorrentes em oferecer uma opção pré-paga atraente com os pacotes Vivo Turbo, com destaque para o plano de 2 GB de dados por R$ 15 por semana, no entanto, com apenas 40 minutos para falar com outras operadoras. Isso dá 8 GB por R$ 60 a cada quatro semanas.

O plano Controle que mais chega perto de oferecer isso promete 5,5 GB de dados para quem pagar uma mensalidade de R$ 90 por mês, o que é consideravelmente mais caro. Já nos planos pós, o pacote pessoal mais acessível oferece 6 GB de internet para quem pagar R$ 110 por mês, o que também é muito mais caro do que o pacote pré.

Oi

A Oi usa alguns padrões diferentes, no qual o preço se mantém o mesmo e o que varia é o período pelo qual o crédito vale. A empresa prevê três opções de pagamento: R$ 20 para receber 2 GB de internet valendo 20 dias (média de 3 GB de internet por mês custando R$ 30), R$ 20 por 3,1 GB de dados valendo 14 dias (média de 6,2 GB de internet por mês custando R$ 40 por mês) ou R$ 20 por 3,5 GB valendo por 10 dias (média de 10,5 GB de internet custando R$ 60 por mês). Os planos também incluem ligações ilimitadas para qualquer operadora.

Enquanto isso, o plano Controle da empresa que mais se aproxima das condições vistas nas opções Pré oferece apenas 6 GB de internet (pelos primeiros seis meses são 8 GB, depois a promoção acaba) por R$ 55, o que é consideravelmente menos do que o visto no pré. Já o pacote Pós mais acessível custa R$ 85 mensais e traz apenas 7 GB de dados, o que também é consideravelmente desvantajoso.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital