Por que se empolgar com o Android O mesmo que seu celular não o receba

Renato Santino19/05/2017 17h27, atualizada em 19/05/2017 17h30

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O Android O teve mais detalhes revelados durante o evento Google I/O, e as novidades são discretas. A promessa do Google é de melhoria de desempenho, menor consumo de bateria e mais segurança, mas o fato é que poucos recursos novos foram apresentados. A principal novidade do projeto não foi discutida no palco, mas revelada uma semana antes, e ela se chama Project Treble.

Esse projeto é um ótimo motivo para se empolgar com o Android O, mesmo que o seu celular não o receba (ou só o receba daqui a um ano, como acontece frequentemente). E a razão pela qual o recurso vale a animação é justamente acabar com esse problema.

Todo mundo sabe bem qual é o tamanho do problema de atualização do Android. O Google libera o update, as fabricantes de componentes (como a Qualcomm, MediaTek, etc.) atualizam drivers, as montadoras de celulares precisam alterar o sistema e fazer os ajustes de interface e as operadoras precisam fazer as últimas modificações antes de lançar o update para o usuário. Se em algum ponto da trajetória alguma empresa decidir que “não vale a pena o esforço”, você não terá seu celular atualizado.

É aí que entra o Project Treble, que deve dar mais controle do software para o Google. A ideia é muito simples: continuar permitindo que as empresas façam suas modificações, mas apenas em um nível superficial do sistema. O núcleo do Android permaneceria sob o controle do Google, que poderia lançar atualizações diretas para sua base de usuários sem que as outras companhias precisem fazer seus ajustes.

A principal vantagem disso é em termos de segurança. Ficar sem os últimos recursos é chato? É. Mas é muito mais problemático ficar exposto a um ataque por falta de atualização, como vimos recentemente com o WannaCry atingindo PCs Windows desatualizados.

O grande problema é que por enquanto o Project Treble não está em vigor. Assim, o lançamento e distribuição do Android O continuarão sendo lentos e problemáticos como sempre foram. Mas o futuro do sistema parece promissor.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital