Por que âncoras de jornal são alvo de tecnologias como Inteligência Artificial?

Redação09/11/2018 13h57, atualizada em 09/11/2018 14h30

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Nesta semana, uma agência de notícias na China passou a informar o público usando âncoras de inteligência artificial (AI), ou seja, não humanos. Estes âncoras digitais usam vozes sintetizadas para ler as notícias e, para os desavisados, passariam muito bem por humanos. Mas o que leva este tipo de profissional ser facilmente substituído por um programa?

Em primeiro lugar, é preciso entender como este tipo de tecnologia funciona. O programa foi desenvolvido pela agência de notícias Xinhua e a empresa local Sogou, e utiliza recursos como modelagem 3D e inteligência artificial. Para tanto, os âncoras de AI tiveram a voz e a aparência inspiradas em jornalistas da própria Xinhua. Os apresentadores digitais são capazes de ler qualquer conteúdo, tanto em inglês quanto em chinês.

Apesar de não termos muitas informações sobre o software em si, o produto final lembra muito os vídeos batizados de deepfake.

As deepfakes usam a inteligência artificial para criar vídeos falsos, porém, extremamente realistas, pois imitam quase que perfeitamente os movimentos do corpo e do rosto dos humanos. Já falamos em detalhes sobre o tema aqui no Olhar Digital.

O resultado final consegue ser incrível e entediante ao mesmo tempo, confira:

Na estreia dos âncoras de AI, os executivos da Xinhua ressaltaram que o uso de âncoras não humanos trazem diferentes benefícios. Entre eles estão a possibilidade de ter um empregado trabalhando 24 horas por dia, sem reclamar, em várias plataformas de mídia. Para a empresa isso reduz os custos de produção e melhor a eficiência.

Mas voltando para a pergunta inicial deste artigo, os âncoras de jornal são alvo de tecnologias como Inteligência Artificial porque suas ações são automatizadas e não exigem criatividade. Logo, uma máquina ou software pode reproduzir as mesmas ações sem problemas.

Aliás, este é o tema do livro The Fourth Age, do escritor Byron Reese, que fala sobre o tema do emprego na era das máquinas. Na opinião de Reese, se você trabalha fazendo movimentos repetitivos e não precisa usar seu intelecto para realizar as suas funções, as chances de uma máquina ficar com o seu trabalho no futuro são grandes.

É claro que um âncora de jornal não fica apenas sentado na bancada lendo as notícias que aparecem no teleprompter. Na maioria dos casos, este jornalista é o responsável pela criação das matérias que serão divulgadas nos telejornais.

Se você tem quiser saber mais sobre as possibilidades de uma máquina AI “roubar” o seu trabalho no futuro, aqui está um quiz, em inglês, desenvolvido pelo escritor. Boa sorte!

Fonte: Xinhua

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital