Dois representantes do congresso norte-americano, Tulsi Gabbard e Matt Gaetz, entraram com uma ação pedindo ao governo federal dos Estados Unidos a retirada de todas as acusações contra Edward Snowden.
O ex-analista da Agência de Segurança Nacional americana (NSA) é acusado de espionagem, roubo de segredos de Estado e de pôr em risco a segurança nacional após divulgar para a imprensa, em 2013, um sistema de vigilância internacional feito pelo órgão, que guardava telefonemas e atividades na internet de cidadãos americanos e importantes líderes mundiais.
Tulsi Gabbard é conhecida por defender temas polêmicos no congresso norte-americano. Crédito: Tulsi Gabbard/Divulgação
Vilão ou mocinho?
Para a congressista Tulsi Gabbard, que chegou a colocar seu nome da disputa à presidência da Casa Branca, mas desistiu logo no começo do ano, Edward expôs atos ilegais e inconstitucionais de vigilância em massa e deve ser inocentado das acusações. De acordo com um comunicado divulgado em seu site “Snowden foi perseguido por expor bravamente a vigilância maciça e ilegal do governo a todos os americanos – uma descoberta apoiada pelos tribunais dos EUA no mês passado”, escreveu. “Todas as acusações contra Edward Snowden devem ser retiradas. Precisamos proteger os denunciantes, não a elite poderosa”, afirmou a republicana.
A fala da parlamentar é endossada por Gaetz, que também faz parte do partido Republicano dos EUA. “Se alguém merece ser punido, deve ser James Clapper, que mentiu sob juramento sobre as atividades de coleta de dados da NSA e nunca foi acusado”, escreveu o representante da Flórida.
O compartilhamento de dados feito pela NSA começou durante o governo do presidente George W. Bush e continuou na gestão Obama. Dois anos após o vazamento de Snowden vir à tona, em 2015, o programa foi encerrado oficialmente após a aprovação do USA FREEDOM Act que criou um mecanismo em que as operadoras de telefonia guardavam os dados de seus clientes ao invés de entregá-los ao governo.
O vazamento das informações para a imprensa fez com que o ex-analista fosse enquadrado na Lei de Espionagem americana e o obrigou a fugir para Rússia, seu visto de residência no país é válido até o final deste ano.