A Polícia Estadual de Massachusetts (MSP) experimenta diferentes maneiras de usar o robô quadrupede Spot da Boston Dynamics, a empresa de robótica comprada pelo Google em 2013, segundo documentos obtidos pela União Americana das Liberdades Civis de Massachusetts (ACLU). Esses registros apontam, entre outras coisas, a conexão pessoal entre o chefe de segurança da empresa de robótica com oficiais de Massachussetts e a legimização do robô em operações futuras.

O Spot, que foi oficialmente disponibilizado para locação por empresas no mês passado, está em uso pela MSP desde pelo menos abril deste ano e já se envolveu em dois “incidentes policiais”. A informação está constada no relatório da ACLU, mas não há informações sobre a natureza do ocorrido, se os robôs foram operados por humanos ou se eles agiam de maneira autônoma.

Os documentos foram publicados pela estação de rádio pública de Boston, a WBUR, e incluem e-mails e contratos que mostram como os departamentos de polícia podem usar, no futuro, robôs  para prender suspeitos sem colocar em risco oficiais humanos. Em um registro escrito pelo tenente Robert G. Schumaker, as máquinas da Boston Dynamics são descritas como “componentes inestimáveis das operações táticas”, vitais para apoiar a “Estratégia de Segurança Interna” do estado.

Questiona-se também a maneira que o relacionamento entre a Boston Dynamics e a Polícia Estadual de Massachussetts começou. Ao que indica um e-mail anexado aos documentos, a relação não teve como princípio os interesses comerciais, mas uma conexão pessoal entre o chefe de segurança da empresa de robótica e um membro da divisão K-9 da polícia.

“Ainda não sabemos muito como e onde esses sistemas de robótica estão implantados atualmente em Massachussetts”, disse Kade Chrockford, diretor do programa de Tecnologia para Liberdade da ACLU do estado em e-mail ao Gizmodo. Vale lembrar que o Spot possui uma bateria de 90 minutos, velocidade máxima de 4,8 km/h e consegue suportar carga de até 13,5 kg.

Chrockford ainda ressaltou a necessidade de regulamentações estaduais para proteger as liberdades e os direitos civis durante a era da inteligência artificial. “Precisamos urgentemente de mais transparência das agências governamentais, que devem ser francas com o público sobre seus planos de testar e implantar novas tecnologia”, completou.

Na reportagem da WBUR, é relembrado que em 2016 ocorreu o primeiro assassinato intencional cometido por um robô policial, quando a Polícia de Dallas fez uso dos robôs para matar um suposto atirador de elite. No geral, as forças dos EUA ainda mantêm de maneira discreta e com pouca transparência as informações sobre o uso de robôs em operações e missões, mesmo com a expansão da tecnologia.

Via: Gizmodo