As farmacêuticas Pfizer (EUA) e BioNTech SE (Alemanha) divulgaram os resultados de testes em larga escala com sua vacina contra a Covid-19, que demonstram que ela tem eficácia “superior a 90%”. As empresas esperam conseguir neste mês, autorização do governo dos EUA para seu uso em caráter emergencial.
Em agosto, a Pfizer já havia afirmado que sua vacina produzia uma “resposta imunológica robusta” e, em setembro, declarou que ela tem efeitos colaterais considerados leves a moderados.
Segundo Albert Boula, CEO da Pfizer, “este é um grande dia para a ciência e para a humanidade. Estamos alcançando este ponto crítico em nosso programa de desenvolvimento de uma vacina no momento em que o mundo mais precisa, com taxas de infecção atingindo novos recordes, hospital quase excedendo sua capacidade e dificuldade na reabertura das economias”.
William Schaffner, especialista em doenças infecciosas da Vanderbilt University School of Medicine em Nashville, nos EUA, afirma que “os dados de eficácia são realmente impressionantes. Isto é melhor do que muitos de nós esperávamos. O estudo ainda não está completo, mas ainda assim os dados parecem bastante sólidos”.
Pfizer tem capacidade para produzir 50 milhões de doses de sua vacina neste ano, o suficiente para imunizar 25 milhões de pessoas. Foto: JHDT Productions/Shutterstock
Uso emergencial
A Pfizer espera conseguir autorização para o uso emergencial da vacina em pessoas de 16 a 85 anos. Para isso, precisa de dois meses de dados sobre sua segurança em metade dos 44 mil participantes do estudo, que inclui brasileiros, algo que deve acontecer no fim deste mês.
O governo dos EUA comprou 100 milhões de doses da vacina da Pfizer em julho deste ano, antes mesmo que sua eficácia fosse comprovada, em um negócio avaliado em US$ 1,95 bilhão. A empresa espera produzir neste ano 50 milhões de doses. É o suficiente para imunizar 25 milhões de pessoas, já que a vacina é aplicada em duas doses.
Em 2021, a estimativa é de produzir 1,3 bilhão de doses. Além dos EUA, a Pfizer também tem contratos para fornecer a vacina aos governos da União Européia, Reino Unido, Canadá e Japão.
Vale lembrar que os dados do estudo da Pfizer ainda não foram disponibilizados para a comunidade científica, nem submetidos ao processo de revisão por seus pares para publicação na imprensa especializada. Estes passos são considerados essenciais antes que um julgamento final sobre a eficácia da vacina possa ser feito.
Fonte: Reuters