Com o avanço da tecnologia, a inteligência artificial ganhou cada vez mais espaço no mundo digital. O relatório anual do AI Index deste ano confirma essa informação. Ele mostra que, pesquisas em desenvolvimento de IA cresceram em relação aos anos anteriores. 

Entre os mais diversos campos que abrangem o domínio da tecnologia, índices mostram que houve aumento considerável em números de artigos publicados, investimentos privados, tempos cada vez mais curtos de aprendizado de máquina e interesse de especialização entre os graduados em computação. 

Crescimento e popularidade

Entre 1998 e 2018, houve um aumento de 300% na publicação de artigos sobre IA. A participação em conferências também cresceu. O NeurlPS espera cerca de 13.500 participantes no evento deste ano, o equivalente a um acréscimo de 800% em relação à conferência de 2012. 

A educação na área se tornou igualmente popular. Inscrições em cursos de aprendizado de máquina em universidades presenciais e à distância nunca foram tão requisitadas. As estimativas sugerem que a especialização mais procurada entre os graduados em computação na América do Norte são os campos de IA. Mais de 21% dos PhDs em CS optam pela área, que é mais que o dobro da segunda mais demandada: segurança/garantia de informações. 

Acessibilidade

Outro ponto positivo é o barateamento dos algoritmos e a redução do tempo necessário para treiná-los. A equipe do AI Index observou que houve redução de três horas, em 2017, para apenas 88 segundos, em 2019, no treinamento de algoritmos de visão de máquina em um conjunto de dados popular. Além disso, os custos também registraram queda de milhares de dólares em anos anteriores para valores de somente dois dígitos este ano. 

Investimento

Os carros autônomos receberam mais investimento privado do que qualquer outro campo, com pouco menos de 10% do total da aplicação destinada aos veículos, movimentando cerca de US$ 7,7 bilhões. 

O segundo lugar foi ocupado por pesquisas na área médica e reconhecimento facial, atraindo cerca de US$ 4,7 bilhões. Já campos industriais foram menos chamativos, com a automação de processos de robôs arrecadando US$ 1 bilhão e o gerenciamento da cadeia de suprimentos mais de US$ 500 milhões. 

Humanos vs Máquinas

O relatório também apresenta uma linha do tempo de momentos marcantes de desempenho, em que a IA alcançou ou superou os níveis humanos. Ela começa na década de 1990, quando os programas vencem os humanos pela primeira vez no xadrez e abrem espaço para o aprendizado de jogos de tabuleiro e videogame

Tarefas variadas compõe a linha do tempo, como a classificação ao nível humano para imagens de câncer de pele desenvolvidas em 2017, e a tradução de chinês para inglês em 2018. Este último item é causa de discordância entre os linguistas, que afirmam que a tradução simultânea ainda está muito atrasada em relação às práticas humanas. 

No entanto, é razoável afirmar que a inteligência artificial vence os humanos em domínios específicos, mas não em capacidade geral. As vitórias confirmadas das máquinas são resultados de jogos e atividades com regras específicas, o que torna fácil seu aprendizado e minimiza as chances de erros. Entretanto, ao mudar esse cenário para exercícios mais complexos, os seres humanos ainda obtêm vantagem. 

Por exemplo, um robô treinado para jogar StarCraft II perderia facilmente no xadrez para um jogador de cinco anos, e embora a IA possa detectar imagens de câncer de mama com a mesma precisão de um oncologista, o mesmo não pode ser dito sobre câncer de pulmão. Isso significa que apesar de cada vez mais aperfeiçoadas, as tecnologias não possuem inteligências flexíveis o suficiente para substituir os seres humanos. 

 

Via: The Verge