Diante do cenário de instabilidade política causado pelo vazamento de dados que ficou conhecido como Panama Papers, a Islândia pode passar por eleições gerais ainda em 2016. Nesse cenário, segundo pesquisas políticas, o Partido Pirata é o líderm em intenção de voto no país.
O atual primeiro ministro do país de cerca de 300 mil habitantes, Sigmundur Davíð Gunnlaugsson, está envolvido em esquemas de corrupção. Ele e sua atual esposa deixaram, comprovadamente, de declarar milhões de dólares durante a crise financeira que atingiu o país entre 2008 e 2009, o que motivou outros políticos e a população a exigir a convocação de eleições gerais.
De acordo com a última pesquisa de intenção de votos da Gallup, o Partido Pirata da Islândia (que defende pautas como democracia direta, liberdade de informação e a proteção de direitos políticos e civis) tem 36,1% das intenções. Essa porcentagem deixa o partido com mais de 10 pontos percentuais de vantagem sobre seu rival mais próximo, o Partido da Independência.
Além disso, com essa porcentagem, o partido também tem mais intenções de votos do que os dois outros partidos seguintes juntos (o Partido da Independência, com 23,2%, e o Partido Progressista, com 12,1%). Uma ilustração das intenções de voto dos islandeses segundo a última pesquisa pode ser vista no gráfico abaixo:
Caso os resultados da pesquisa se confirmem, a Islândia seria o primeiro país a ter um Partido Pirata na liderança de seu governo. Nas eleições anteriores, o Partido teve apenas 5,1% dos votos, pouco mais do que os 5% necessários para colocar um parlamentar na Alþingi (o parlamento da Islândia). Nesse caso, a composição da Alþingi mudaria drasticamente.
Segundo o Torrent Freak, o partido se considera preparado para assumir a responsabilidade caso esse resultado se concretize. Para a deputada do Partido Pirata Birgitta Jónsdóttir “é uma situação muito líquida, mas se acontecer, nós estamos prontos. Nos perguntaram isso muitas vezes desde que as pesquisas saíram. Nós estamos preparados”.