Para frear a pademia, vacina da Covid-19 tem que ser 80% eficaz

Estudo calculou que a futura vacina deve ter uma cobertura de pelo menos 70% da população para prevenir o avanço da epidemia; se esse número for inferior, a vacina terá que ser 100% eficaz
Renato Mota01/09/2020 20h45

20200701063540

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

No mundo todo, laboratórios estão desenvolvendo vacinas para a Covid-19, em vários estágios de produção e testes. Nem todas apresentam o mesmo nível de eficácia, o que pode significar – caso sejam aprovadas – que mais de uma dose será necessária para imunização, ou que campanhas regulares de vacinação se tornarão rotina.

Utilizando um modelo computacional, pesquisadores da Universidade da Cidade de Nova York calcularam o quanto uma vacina deve ser eficaz e quantas pessoas teriam que ser vacinadas para acabar com a pandemia do novo coronavírus. De acordo com o estudo, publicado no American Journal of Preventive Medice, a eficácia de uma vacina contra o Sars-Cov-2 tem que ser superior a 70% ou mesmo 80% para que a população se veja livre das medidas de distanciamento social.

Esse índice leva em conta uma cobertura de 70% da população. Se apenas 60% das pessoas tomarem a vacina, os limites deverão ser ainda maiores, com cerca de 80% de eficácia para prevenir uma epidemia e 100% para extinguir uma epidemia em andamento. Em comparação, a vacina contra o sarampo tem uma eficácia de 95% a 98%, enquanto a vacina contra a gripe é de 20% a 60%.

“Alguns estão pressionando para que uma vacina seja lançada o mais rápido possível para que a vida possa ‘voltar ao normal’. No entanto, temos que definir expectativas adequadas. Só porque uma vacina é lançada não significa que você pode voltar à vida como era antes da pandemia”, afirma Bruce Y. Lee, pesquisador da Escola de Pós-Graduação em Saúde Pública e Políticas de Saúde e autor do estudo.

“É importante lembrar que uma vacina é como muitos outros produtos – o que importa não é apenas que esteja disponível, mas também quão eficaz ele é”, completa Lee.

Via: Elsevier

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital