O governo dos Estados Unidos está dialogando com grandes empresas de tecnologia, como Facebook e Google, para poder ter acesso dados de localização dos usuários para combater o novo coronavírus. Uma das ideias é utilizar o rastreamento para avaliar se as pessoas estão mantendo distâncias seguras entre si – medidas semelhantes já estão em uso no Reino Unido e em Israel.
As autoridades de saúde pública estão interessadas ââna possibilidade de compilar os dados, de maneira anônima, que poderiam ser usadas para mapear a propagação da infecção. Segundo o Washington Post, executivos do Facebook disseram que o governo norte-americano está particularmente interessado em entender os padrões dos movimentos das pessoas, que podem ser derivados de dados que a empresa coleta de usuários que o permitem.
No passado, rede social forneceu essas informações aos pesquisadores sob a forma de estatísticas, que no caso do coronavírus, poderiam ajudar as autoridades a prever o próximo ponto de acesso ou decidir onde alocar recursos de saúde sobrecarregados. Porém, especialistas em segurança e privacidade temem que isso possa abrir um precedente perigoso para outras situações em que os governos possam pedir para rastrear os smartphones dos usuários.
Em Israel, cerca de 400 pessoas receberam uma notificação na última quarta-feira (18) com um alerta de que eles estavam próximos de uma pessoa que teve um resultado positivo para o vírus. A mensagem partiu do Ministério da Saúde do país, que analisou os movimentos desses usuários e disparou o alerta personalizado. “Você deve imediatamente se isolar [por 14 dias] para proteger seus parentes e o público”, dizia o comunicado.
Na Inglaterra, o governo está trabalhando com a operadora móvel O2 para analisar dados anônimos de localização de smartphones para ver se as pessoas estão seguindo suas diretrizes de distanciamento social. Ministros e autoridades acreditam que podem usar dados anônimos de localização de telefones celulares para analisar como os londrinos reagiram às suas orientações sobre a quarentena voluntária e às novas restrições de transporte.
Via: The Verge/Washington Post (2)