A Panasonic planeja aumentar a densidade energética de baterias de carros elétricos da Tesla em até 20% nos próximos cinco anos, declarou Yasuaki Takamato, diretor de baterias para veículos elétricos da fabricante japonesa nos Estados Unidos, nesta quinta-feira (30). Em entrevista à agência de notícias Reuters, o executivo ainda revelou que a companhia pretende desenvolver soluções livres de cobalto em até três anos.

Segundo Takamato, a Panasonic já criou uma tecnologia capaz de aumentar em 5% a densidade das baterias de íon-lítio “2170”, de cátodo NCA (óxido de níquel-cobalto-alumínio). A expectativa é iniciar a produção dos equipamentos aprimorados a partir de setembro, na Gigafactory de Nevada, nos Estados Unidos.

As baterias “2170” foram introduzidas no Tesla Model 3, em 2017. Melhorias na densidade das células podem ampliar o alcance dos veículos, ou seja, a distância que os carros podem viajar com uma única carga completa. Atualmente, o Tesla Model S Long Range Plus detém o título de automóvel elétrico com maior alcance: cerca de 640 km.

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Tesla Model 3. Imagem: Reprodução

Os avanços da Panasonic também podem pavimentar o caminho para a Tesla desenvolver pacotes de baterias menores ou fazer modelos de carros elétricos mais leves, com melhor performance e eficiência energética. A fabricante japonesa, no entanto, não associou a iniciativa com o lançamento de futuros veículos elétricos da montadora norte-americana.

Já a proposta de eliminar o cobalto reduziria a dependência das baterias de um componente caro e controverso. Se por um lado, o metal contribui para tornar as células energéticas mais estáveis, por outro, remete à questões éticas sobre as condições de trabalho em locais de extração.

De acordo com o Takamoto, a Panasonic diminuiu o volume de cobalto nos cátodos NCA para níveis inferiores a 5% e pretende cortar o uso do componente em etapas. Para atender aos riscos do aumento de densidade e a eliminação do cobalto, a fabricante japonesa estuda novas composições e propostas de design com objetivo de aprimorar a estabilidade térmica das baterias.

As revelações do executivo acontecem após a companhia ter perdido o status de fornecedor exclusivo da Tesla. A montadora de Elon Musk também recorre a equipamentos da empresa sul-coreana LG Chem e da chinesa CATL.

Fonte: Reuters