A queda da neutralidade da rede nos Estados Unidos pode representar uma nova era para a internet norte-americana. E para entender como vai ser essa nova era, basta olhar alguns anos para o passado.

Na semana passada, após uma recomendação do presidente Donald Trump, a Federal Communications Commission derrubou o princípio da neutralidade da rede nos EUA.

Até 2015, o princípio da neutralidade de rede não precisava ser seguido – ele passou a ser válido nos EUA após uma decisão da FCC que seguiu uma recomendação do então presidente Barack Obama.

Antes disso, era comum a cobrança de valores diferentes para serviços diferentes. O Wall Street Journal compilou alguns dos planos oferecidos pelas operadoras de telefonia móvel antes da neutralidade da rede começar a valer nos EUA.

A não obrigatoriedade em seguir o princípio de neutralidade de rede criou ao menos dois casos diferentes: em um, uma operadora servia uma internet picotada e o usuário precisava pagar mais para ter acesso a mais coisas. Na outra, a operadora priorizava um serviço próprio em detrimento de serviços concorrentes.

A operadora Virgin Mobile oferecia, em 2014, um plano de US$ 12 que permitia entrar em un único site: Facebook, Twitter, Instagram ou Pinterest. Para usar os quatro, era preciso pagar mais US$ 10 por mês, e mais US$ 5 se o usuário quisesse acessar algum serviço de streaming de música.

Em um caso um pouco diferente, a AT&T oferecia acesso ilimitado ao serviço próprio de vídeo DirecTV Now ao mesmo tempo que limitava o acesso a outros sites de vídeo.

A questão da neutralidade de rede não está totalmente encerrada e ainda é possível que o congresso norte-americano vete a decisão da FCC. No Brasil, as operadoras já estão preparando uma ofensiva para derrubar um decreto da ex-presidente Dilma Rousseff, mas as empresas de telefonia só devem tomar ação após o Carnaval.