Xiaomi é a marca do momento no mercado brasileiro de smartphones. As buscas por smartphones da empresa chinesa no Brasil cresceram 254% no primeiro trimestre de 2019 em comparação com o mesmo período do ano passado. A marca já aparece até no ranking dos 10 smartphones mais procurados do país.
No entanto, a Xiaomi não tem uma representação “séria” no Brasil como fabricantes mais tradicionais, como Samsung, Motorola, LG e outras. Ela já teve uma passagem oficial pelo país, vendendo apenas pela internet, que acabou rápido e sem muitos frutos. Nos últimos tempos, a demanda voltou a crescer, mas tem sido atendida por canais menos tradicionais.
Você não encontra celulares da Xiaomi no varejo mais famoso, como Magazine Luíza, Casas Bahia, Lojas Americanas, Submarino e Walmart, nem mesmo em lojas especializadas em eletrônicos como a Fast Shop. Ainda assim, a internet está repleta de sites que prometem entregar o celular que você procura na sua casa por um preço camarada.
Mas existem maneiras de comprar Xiaomi no Brasil com um bom nível de segurança e preços justos. Vamos a elas.
Em lojas físicas
Desde março de 2019, a Xiaomi tem uma parceria oficial no Brasil com a empresa DL Eletrônicos, que ficou responsável por vender e distribuir oficialmente os smartphones da marca chinesa por aqui. A DL faz parte do mesmo grupo da varejista Ricardo Eletro, que vende os celulares da Xiaomi em suas lojas físicas pelo país.
Por enquanto, a Ricardo Eletro só vende dois modelos de Xiaomi:
- o Redmi Note 6 Pro, que custa R$ 1.999;
- o Pocophone F1, que custa R$ 2.999;
- o Redmi 7 e o Redmi Note 7, que começam a ser vendidos em maio (ainda sem preço).
A empresa tem mais de 600 lojas físicas espalhadas por 20 estados, mas não tem pontos de venda em São Paulo, Rio Grande do Sul nem em boa parte da região Norte (com as exceções de Pará e Tocantins).
Comprando pela Ricardo Eletro, você tem acesso a todos os direitos do consumidor garantidos pela lei, como garantia, suporte técnico e possibilidade de troca. Mas, por conta disso, o preço dos smartphones é mais mais alto do que se você comprar por outros meios, como os que vamos explicar agora.
Você também pode procurar por smartphones da Xiaomi importados diretamente da China em lojas do “mercado cinza” em grandes centros urbanos, como a Santa Efigênia em São Paulo, por exemplo, o Edifício Central, no Rio de Janeiro, e os famosos “camelódromos” espalhados pelas cidades brasileiras. Mas lembre-se que muitas dessas lojas não fornecem garantia ou mesmo a nota fiscal dos produtos.
Na internet: importadoras
A segunda (e mais indicada) opção para quem quer comprar um Xiaomi é vasculhar a internet. Pela web você encontra diversas lojas virtuais que atuam como importadoras, trazendo para o Brasil celulares diretamente da China sem todo o peso dos impostos que varejistas tradicionais cobram.
O ponto negativo de comprar o celular de uma importadora é que existem vários entraves no meio do caminho: os impostos de importação podem aumentar consideravelmente o custo final do celular (embora não a ponto de ficar mais caro do que no varejo local); e o tempo de entrega também pode ser longo, chegando a alguns meses de espera, já que eles vêm do outro lado do mundo.
Além disso, a Anatel também definiu recentemente que pode exigir uma taxa de homologação para produtos que ainda não tenham sido certificados no país, como é o caso de alguns dos smartphones mais famosos da Xiaomi; neste caso, pode haver uma cobrança extra de R$ 200 adicionada ao custo final.
É interessante observar, no entanto, que alguns sites oferecem seguro para a entrega: você paga uma taxa e, se o produto for parado e tributado na alfândega, você é estornado sobre o excedente. Da mesma forma, alguns também oferecem garantia de entrega em um prazo pré-determinado ou seu dinheiro de volta.
As importadoras mais famosas no Brasil são:
Você também pode procurar lojas online que são especializadas em importar celulares da Xiaomi, como a Mi Store Brasil. Não se engane: apesar do nome, essa não é uma loja oficial nem uma revendedora autorizada da marca chinesa. As regras, neste caso, são as mesmas da importação por GearBest ou Aliexpress: altas taxas de importação e longos prazos de entrega, mas preços mais baixos do que no varejo tradicional.
Você pode experimentar também o Grabr, uma plataforma que conecta pessoas viajando no exterior a pessoas no Brasil que queiram alguma compra de outro país. Por meio do aplicativo, você pode se conectar a alguém que esteja nos Estados Unidos, na China ou qualquer lugar do mundo e que possa trazer um Xiaomi para você na mala de viagem mediante o pagamento de uma pequena comissão.
Por fim, existem os serviços de redirecionamento de encomenda: você compra o celular de um site internacional que não entrega no Brasil, como a Amazon dos EUA, por exemplo, e pede para entregar em um endereço nos EUA gerado pelo serviço de redirecionamento. Esta empresa vai receber o seu produto lá e encarregar de enviar para o Brasil. O problema é que esse tipo de serviço costuma cobrar taxas mais caras. Alguns exemplos são o Shipito, o BraBox e o Euro Fastbox (para Europa). Até os Correios têm um desses, o Compra Fora.
Na internet: marketplaces
A terceira opção para quem quer comprar Xiaomi no Brasil é buscar as revendedoras online que atuam em marketplaces. Um marketplace é uma área dentro do site de uma grande varejista onde lojas menores e vendedores independentes comercializam seus produtos em opções mais brandas de frete e preço.
Por exemplo: a Amazon é uma gigante do comércio eletrônico que vende de tudo, de celulares a livros digitais e utensílios domésticos. Mas vamos supor que você tem uma loja no seu bairro e quer vender pela internet. Em vez de abrir um site da sua loja e tentar competir com gigantes pela atenção do consumidor, você pode vender seus produtos diretamente por meio do site da Amazon.
Na Amazon você encontra produtos vendidos por ela mesma e também por esses comerciantes menores, que usam o site da gigante para chegar ao consumidor mais facilmente. É preciso prestar atenção a essa estratégia porque, muitas vezes, os sites não deixam muito claro quando um produto é vendido por ele mesmo ou por um vendedor terceirizado via marketplace.
Se você buscar por celulares da Xiaomi no site da Amazon, por exemplo, você vai encontrar. Mas eles não são vendidos pela Amazon, e sim por varejistas que usam a plataforma de marketplace da empresa. Neste caso, as duas partes dividem a responsabilidade pela venda.
O pagamento é feito à Amazon, usando os sistemas seguros da empresa, mas a entrega do produto é feito pelo vendedor original que faz parte do marketplace. A vantagem disso é poder comprar pela internet com a segurança de que o seu cartão não será clonado. A desvantagem é que a entrega geralmente é feita por serviços de transporte mais baratos (como os Correios), com prazos de entrega maiores e fretes mais caros.
Alguns sites grandes que possuem marketplace e vendem Xiaomi são:
- Amazon.com.br;
- Lojas Americanas;
- Submarino;
- Casas Bahia;
- Ponto Frio;
- Extra;
- e Walmart, entre outros.
Lembre-se: não são esses sites que vendem o celular. Eles apenas servem como intermediários entre você e a loja que vende Xiaomi, provavelmente alguém que importou da China para revender.
E tem também o maior marketplace do Brasil: o Mercado Livre, com suas dezenas de lojas e vendedores que trouxeram os celulares da China e agora estão revendendo. Nestes casos é sempre bom dar uma olhada na reputação do vendedor antes de comprar, garantindo assim uma compra mais segura.
A vantagem de comprar por marketplaces é a de que o celular normalmente já está no Brasil, disponível para pronta entrega, e é só comprar e receber, sem precisar passar por processo de alfândega. A desvantagem é que o preço pode sair um pouco mais alto, já que o importador costuma incluir uma margem de lucro na operação de revenda para compensar a importação.
Cuidados: como saber se o celular vai funcionar no Brasil
Em 2018 a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu início ao programa “Celular Legal” com o objetivo de bloquear e inutilizar celulares piratas no Brasil. O órgão considera pirata celulares que não têm homologação no país ou em agências equivalentes ao redor do mundo.
Alguns celulares chineses baratos vendidos por importadoras no Brasil podem ser classificados como piratas e cair no pente fino da Anatel. Mas pode ficar tranquilo: celulares da Xiaomi não são piratas. Embora a maioria não seja homologada no país, os aparelhos da marca são registrados em órgãos equivalentes da Europa e da Ásia. Pode comprar sem esse medo.
Este não é o único risco, porém. Além de toda a burocracia envolvida na importação de um celular da China, incluindo taxas, prazos longos de entrega e uma possível interseção da Anatel ou da Receita Federal na sua compra (se você não comprar de uma loja ou de um marketplace), existe também a questão de compatibilidade de rede.
Compatibilidade com 4G
Smartphones da Xiaomi são fabricados principalmente para o consumidor chinês. Ao comprar um celular que não foi pensado para as redes brasileiras, é possível tropeçar em pequenas incompatibilidades. E, de fato, muitos celulares da Xiaomi não são compatíveis com uma frequência específica do 4G brasileiro: a de 700 MHz (banda 28).
O 4G usado pelas operadoras no Brasil é formado por três frequências principais: a de 2600 MHz, também conhecida como banda 7 (ou B7), que é a mais antiga; a de 1800 MHz, ou banda 3 (B3); e a de 700 MHz, ou banda 28 (B28), que está em implementação após o desligamento do sinal de TV analógica no país.
A banda 28 (700 MHz) é a melhor entre elas, já que sua frequência mais baixa tende a aumentar o alcance da antena, o que ajuda a melhorar o sinal para o usuário. Da mesma forma, a frequência de 700 MHz penetra paredes com maior facilidade, então se você estiver em um local fechado, o seu 4G vai pegar melhor se a banda 28 estiver habilitada na sua região e o seu celular tiver suporte à frequência.
Isto não quer dizer que celulares da Xiaomi não funcionam com o 4G do Brasil. Nem que você certamente terá problemas ao tentar se conectar ao 4G com um celular da Xiaomi. A única questão é que, em algumas regiões do país, onde a única ou a mais potente frequência de 4G é a de 700 MHz, o celular da Xiaomi tende a ter problemas, ser mais lento ou mesmo não se conectar.
Este é um problema que atinge uma parcela pequena dos usuários de Xiaomi. Se o seu celular não for compatível com o 4G de 700 MHz em uma área onde só há 4G de 700 MHz, ele ficará limitado ao 3G. Numa área onde existem as outras frequências (que são mais populares, por estarem em implementação há mais tempo), o seu celular vai se conectar em outra banda e tudo certo. Certifique-se de checar a ficha técnica do modelo que você quer comprar para saber a quais redes ele tem suporte.
Garantia e assistência técnica
Vale lembrar também que, como a Xiaomi não tem uma operação oficial no Brasil, apenas uma parceria com a DL que vende produtos através da Ricardo Eletro, os serviços de garantia e de assistência técnica não estão disponíveis por conta da fabricante.
Nesse caso, se você tiver algum problema com seu celular Xiaomi, terá que procurar o vendedor – seja ele um importador, uma loja via marketplace ou o revendedor do mercado cinza. Em cada caso, os termos de garantia e assistência técnica podem mudar, e acabam caindo numa área meio nebulosa do direito do consumidor (especialmente se você não tiver a nota fiscal).
Vale a pena checar os termos da garantia do seu aparelho antes de comprar um Xiaomi, seja qual for a opção que você escolher. E, caso tenha problemas, procure uma assistência técnica de sua confiança e, preferencialmente, com experiência em consertar aparelhos da Xiaomi.
Qual Xiaomi comprar em 2019?
Agora que você sabe onde e como comprar um celular Xiaomi, é hora de escolher o modelo ideal para você. Alguns dos queridinhos dos brasileiros são:
- Xiaomi Mi A2, um aparelho com Android One, a versão pura do sistema controlada pelo Google;
- Xiaomi Pocophone F1, um intermediário do tipo “bom e barato”;
- Xiaomi Mi 8 ou Mi 8 Lite, um top de linha do ano passado que anda dá conta do recado.
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