OMS declara coronavírus como emergência global de saúde pública

Órgão da ONU pede cooperação internacional temendo crise principalmente nos países com sistemas de saúde mais frágeis
Renato Santino30/01/2020 22h11, atualizada em 30/01/2020 22h30

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta-feira (30) que o coronavírus, que começou a se difundir na China e aos poucos se espalha para outros países, se tornou uma emergência global de saúde pública.

Para a OMS, uma emergência global é definida especificamente como “um evento extraordinário que constitui um risco à saúde pública de outros Estados por meio da propagação internacional da doença e que potencialmente requer uma resposta internacional coordenada”. É apenas a sexta vez nos últimos dez anos que a organização declara uma situação do tipo.

Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, afirma que a preocupação com o coronavírus não tem tanto a ver com a preocupação com o que acontece na China, mas sim com o potencial de danos internacionais em nações com sistemas de saúde mais fracos, com pouco preparo para lidar com a doença.

Apesar da gravidade da situação, Adhanom também mencionou em seu discurso que não vê necessidade, neste momento, de ações que interfiram desnecessariamente no comércio internacional e no trânsito de pessoas, e pede para que países tomem decisões consistentes e que estejam baseadas em evidências.

O diretor da OMS também determinou uma série de orientações para agir de forma inteligente no combate ao vírus. Isso significa, primeiramente, a aceleração de esforços para a criação de vacinas, tratamentos e diagnósticos, mas também existem outras ações necessárias, que incluem o combate aos boatos e desinformação e o preparo contra a doença. Neste sentido, governos precisam identificar as ameaças e avaliar seus recursos para identificar, isolar e cuidar de pacientes, além de prevenir a transmissão.

A OMS também orienta que o conhecimento, dados e experiências com o coronavírus sejam compartilhados tanto com a agência quanto com o resto do mundo. “A única forma de derrotarmos este surto é se todos os países trabalharem juntos no espírito de solidariedade e cooperação. Estamos todos nisso juntos e só podemos parar isso juntos”, disse Adhanom.

A preocupação com um surto internacional não é injustificada. O vírus começou a agir na China, mas rapidamente se espalhou pelos países vizinhos e começou a atingir regiões mais distantes, incluindo casos confirmados de transmissão entre humanos nos Estados Unidos e suspeitas de infecção no Brasil.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital