A Organização Mundial da Saúde (OMS) apoiou o programa de vacinação emergencial contra a Covid-19 na China enquanto os testes estão em andamento. A informação foi dada nesta sexta-feira (25) pela autoridade Zheng Zhongwei, da Comissão Nacional de Saúde do país.
O programa foi lançado em julho e consiste na aplicação da CoronaVac, produzida pela farmacêutica Sinovac Biotech.
De acordo com Zhongwei, a China fez contato, no fim de junho, com “representantes relevantes” do escritório da OMS no país, e obteve a compreensão da entidade sobre a importância da iniciativa. Centenas de milhares de trabalhadores essenciais e membros dos grupos de risco receberam a vacina desde então.
Com apoio da OMS, CoronaVac foi aplicada de modo emergencial em centenas de milhares de pessoas na China. Imagem: Cadu Rolim/Shutterstock
Procurado pela Reuters, o representante da OMS na China não respondeu a um pedido de comentário. Já a cientista-chefe da agência, Soumya Swaminathan, afirmou em Genebra, este mês, que as autoridades reguladoras de cada país são livres para aprovar o uso emergencial de produtos médicos em suas próprias jurisdições, mas que esta medida é uma “solução temporária”.
Segurança da CoronaVac
Na quarta-feira (23), os resultados de um levantamento com mais de 50 mil voluntários na China apontaram que a CoronaVac é segura e não provoca reações adversas significativas.
Do total de pessoas que participaram do estudo, 94,7% não tiveram nenhum tipo de resposta indesejável ao imunizante. Os demais 5,3% apresentaram reações de baixo grau, como dor no local da aplicação, febre moderada e perda de apetite.
O imunizante está na fase 3 de ensaios clínicos no Brasil, também. Desde julho, ele já foi aplicado em 5,6 mil voluntários, acompanhados por 12 centros de pesquisa distribuídos em cinco estados e no Distrito Federal. Nenhum efeito prejudicial grave foi registrado.
A expectativa é que o Instituto Butantan, responsável pela distribuição nacional da vacina, receba cinco milhões de doses em outubro e 46 milhões até dezembro.
De acordo com Dimas Covas, diretor do instituto, o cenário envolvendo a CoronaVac é motivo para otimismo. “Isso mostra que o Butantan e a Sinovac estão no caminho certo para a produção de um imunizante contra o coronavírus”, conclui.
Via: Agência Brasil