O Snapdragon 855 foi apresentado nesta quarta-feira, 5, prometendo muita potência e baixo consumo de energia. Entre os motivos por trás disso, está a nova tecnologia de fabricação de 7 nanômetros, que foi recentemente adotada pela Apple no iPhone XS e pela Huawei no Kirin 980 do Mate 20 Pro. Se você não sabe o que isso significa e quais as vantagens, o Olhar Digital te explicar tudo a seguir. Confira:

– O que significa “processador de 7 nanômetros”?

Vamos responder essa pergunta em duas etapas. Primeiramente, é preciso entender que nanômetro é uma unidade de medida bem pequena. Para se chegar a 1 nm, basta dividir um metro um bilhão de vezes.

Já na fabricação de chips, os nanômetros são usados para se referir o tamanho dos transistores dentro dos processadores. Logo, quanto menor for a técnica de fabricação dos chips em nanômetros, mais desses elementos podem ser encaixados no componente e mais poder este terá. Para se ter uma ideia, a Huawei diz que o Kirin 980 possui 6,9 bilhões de transistores em um espaço correspondente a uma unha de um dedo das mãos.

Considerando essas características, tornou-se comum usar o termo nanômetros para dividir gerações e avanços na fabricação de processadores. A Intel, por exemplo, saiu de chips com tamanhos de 90 a 65 nanômetros até chegar aos 14 nanômetros usados no Core i7 atuais (e o passo para chegar aos 10 nm tem sido bem mais trabalhoso do que se esperava). Mesmo caso dos processadores ARM, como os da Qualcomm, que reduziram de 10 nm para 7 nm em apenas três anos.

– Quais as vantagens dos 7 nm?

Mais poderosos: Como dito anteriormente, o termo “nanômetro” diz respeito ao tamanho dos transistores. Esses elementos são pequenos dispositivos semicondutores usados para controlar o fluxo de eletricidade em um equipamento eletrônico, como computador e smartphone.

Quando uma fabricante reduz todas as partes de um transistor igualmente, as propriedades elétricas deste elemento não mudam. Logo, se uma maior quantidade de elementos com as mesmas propriedades conseguem ser colocadas em um mesmo espaço, maior tende a ser a capacidade de processamento desse chip. É por isso que as fabricantes estão em uma crescente corrida para reduzir o tamanho da fabricação dos seus processadores.

ReproduçãoMenor gasto de energia: Outro grande benefício da redução do tamanho do processador é o consumo de bateria. Isso acontece porque os elétrons percorrem uma distância muito menor entre um transistor e outro, economizando tempo e energia. Da mesma forma, os pequenos transistores podem se ligar e desligar mais rapidamente, reduzindo o custo de operação demandado pelo processador.

Quando estamos falando especificamente de smartphones, essa redução no consumo de energia tende a ser essencial. Afinal, ao contrário dos computadores tradicionais, esses aparelhos possuem uma fonte limitada de energia, as baterias, e precisam estender ao máximo o seu aproveitamento. Logo, quanto menor for o processador, mais tempo longe das tomadas este tende a durar.

– Que smartphones usam processadores de 7 nanômetros?

iPhone XR, XS e XS Max: Um dos grandes destaques da apresentação dos novos iPhones foi o fato de o processador Apple A12 possuir um processo de fabricação de 7 nanômetros. Naquela época, os telefones eram o primeiros a contar com essa tecnologia, que já havia sido anunciada em um chip da Huawei, mas não em um aparelho.

ReproduçãoSegundo a Apple, os ganhos do iPhone XR chegam a 1,5 hora a mais do que o iPhone 8 Plus era capaz de alcançar. Já o iPhone XS dura 30 minutos a mais do que o iPhone X, enquanto a versão XS Max supera o antecessor em 1,5 hora.

Huawei Mate 20 Pro: A Huawei apresentou o seu processador Kirin 980 em agosto, mas o primeiro aparelho a contar com o chip de 7 nanômetros foi o Mate 20 Pro, de outubro. Segundo a fabricante chinesa, os ganhos em eficiência de energia chegam a 58% em processamento geral e a 178% em poder de processamento gráfico.

ReproduçãoNovos tops de linha de 2019: Com o lançamento do Snapdragon 855, a expectativa é que os principais top de linha Android do próximo ano pulem “no barco” dos 7 nm. Isso deve incluir o sucessor do LG G7, do Moto Z3, o novo telefone da OnePlus e parte dos Galaxy S10, que também usam um processador da Samsung.