Novo sistema de reconhecimento facial pode ajudar a salvar primatas da extinção

Redação28/05/2018 15h10

20180528122017

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Pesquisadores da Universidade do Estado de Michigan (MSU, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, desenvolveram um sistema de reconhecimento facial que pode ajudar a salvar primatas em risco de extinção. Batizado de PrimNet, o software funciona em conjunto com um app e deve servir como uma alternativa aos dispositivos de rastreamento utilizados hoje para monitorar as atividades dos animais.

De acordo com a MSU, os aparelhos adotados atualmente pode ser caros, “custando entre 400 e 4.000 dólares”. Além disso, capturar bichos e prender dispositivos em suas patas não é exatamente fácil e ainda pode afetar o comportamento em sociedade, deixá-los machucados, estressados e, em casos extremos, resultar até em morte.

A solução proposta por Anil Jain, professor da universidade, e Debayan Deb, estudante de doutorado, pode não ser tão útil no monitoramento por GPS, mas consegue ser bem menos invasiva e pode eliminar esses riscos.

O sistema de reconhecimento facial foi “treinado” a partir da análise de cerca de 11 mil fotos de 280 indivíduos de quatorze espécies diferentes, entre três tipos: lêmures, chimpanzés e macacos dourados. O PrimNet conseguiu identificar os primatas com mais de 90% de precisão, deixando para trás outros softwares de código abertos usados em testes pelos pesquisadores. E como o reconhecimento não é perfeito, ele ainda oferece um ranking com as cinco faces mais que mais se aproximam da identificada.

A ideia dos criadores é que o app baseado no sistema de reconhecimento facial de primatas seja utilizado principalmente em trabalhos de campo. Pesquisadores atrás de macacos podem simplesmente tirar uma foto de um animal, mesmo a uma certa distância, e deixar que o PrimNet o identifique. A invenção também pode ser útil no combate ao tráfico de animais: basta uma foto de um macaco apreendido para saber de onde ele veio.

Os próximos passos agora, segundo a publicação da MSU, são aumentar o banco de imagens do software, criar um detector facial para primatas e, especialmente, abrir o código da solução. O estudo completo e em inglês, se quiser conferir, está disponível aqui.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital