O primeiro smartphone da BlackBerry com sistema Android foi lançado esta semana nos Estados Unidos, mas o produto final não parece ter agradado a todos. Há sites especializados dizendo que trata-se do melhor aparelho com sistema operacional do Google disponível no mercado, enquanto outros dizem que a aposta da empresa foi um total fracasso.
Os maiores elogios vêm do The Next Web. A análise do jornalista Ben Woods destaca o design e o hardware do BlackBerry Priv, ressaltando a qualidade da câmera de 18MP e o que ele chama de “elegantes” curvas laterais na tela de 5,4 polegadas. Além disso, o teclado físico também ganhou reverências.
Já o CNET encontrou alguns problemas. Apesar de ter aprovado as sutis modificações que a BlackBerry fez em sua versão do Android – bem parecida com as edições mais puras do sistema -, o editor Nate Ralph avaliou a falta de alguns recursos de segurança como um ponto negativo. Para ele, um smartphone que destaca “privacidade” no próprio nome deveria ter um leitor de impressão digital.
Opinião semelhante foi a de Daniel Cooper, do Engadget. Segundo ele, o Android da BlackBerry é tão convidativo para usuários acostumados com o sistema quanto para clientes de longa data da fabricante e seu software BB10. O problema, contudo, é a ausência do update 6.0 Marshmallow.
Por outro lado, o site The Verge criticou a performance do Priv. De acordo com a análise de Dieter Bohn, mesmo com um processador Snapdragon 808 de 1.8GHz, 3GB de RAM e 32GB de espaço interno, o aparelho sofre com alguns bugs e travamentos. Além disso, a câmera pode até ser de qualidade, mas mostra certo atraso na captura de imagens.
As críticas mais contundentes vêm da versão americana do site Gizmodo. Para o jornalista Mario Aguilar, o Priv não é recomendável sequer para o seu “pior inimigo”. Performance cheia de lags e bugs, problemas com o sinal da operadora, design “ultrapassado” e até o sistema de segurança ficaram abaixo de suas expectativas.
Uma crítica em comum entre a maioria dessas análises é, contudo, a usabilidade do teclado físico. Aparentemente, as teclas são muito pequenas e estreitas para usuários com mãos maiores. Além disso, a sensação de pressionar cada caractere no Priv não passa a mesma segurança que outros modelos de smartphone da própria BlackBerry, tornando a experiência um pouco abaixo do esperado.
As análises também concordam em apontar para o fato de que, com o teclado aberto, o celular fica sensivelmente mais pesado na parte de cima da tela, dificultando o manuseio e a digitação. Para os usuários que não se adaptaram à digitação em touchscreen, porém, o teclado físico pode compensar.
Outro ponto negativo destacado pelos reviews foi o valor do produto, classificado como “absurdo” pelo Gizmodo. Nos Estados Unidos, o Priv custa US$ 700 – equivalente a cerca de R$ 2.640 na cotação atual da moeda americana -, o que, para o mercado de lá, significa um preço alto demais considerando as especificações.
Por conta disso, o consenso parece ser de que o Priv tem recursos que o colocam como um dos melhores smartphones da BlackBerry, mas o aparelho não se decide a respeito do público que quer alcançar: os empresários ou os consumidores comuns. Levando em conta o alto preço, a impressão é de que a concorrência – especialmente o Galaxy S6 Edge, da Samsung, por exemplo – ainda está muito à frente.