Baterias de smartphones são compostas de uma mistura perigosa de componentes químicos, e basta uma pequena falha para fazer com que um aparentemente inofensivo celular se transforme numa bomba. Mas há estudos em diversas partes do mundo tentando mudar isso.
Cientistas da Escola de Engenharia da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, por exemplo, revelaram nesta semana um novo protótipo de bateria recarregável à base de água, sal e zinco que não explode como as baterias de íon de lítio atuais.
Se o conceito parece familiar, é porque não é a primeira vez que cientistas estudam baterias à base de água. A novidade é que o protótipo desenvolvido em Maryland consegue manter a mesma densidade de energia que baterias inflamáveis sem comprometer a sua segurança.
O segredo, no caso, é o eletrólito, um solvente orgânico usado para impedir a formação do lítio metálico nas baterias de celular. Esse lítio metálico, em contato com o meio aquoso de uma bateria à base de água estudada em outras universidades, certamente causaria uma explosão.
Mas o que os pesquisadores de Maryland revelaram num estudo publicado na Nature é que, usando zinco e sais de lítio em alta concentração, é possível criar uma bateria à base de água mais estável e, consequentemente, pouco inflamável, reduzindo riscos de explosão.
Em outras palavras, essa nova bateria é mais segura e tem a mesma capacidade de energia que uma bateria atual comum, igualmente sem passar por degradação acelerada como protótipos desenvolvidos em outros estudos semelhantes no passado.
A equipe por trás dessa nova bateria à base de água espera continuar os estudos até poder oferecer a invenção a fabricantes de eletrônicos em alguns anos.