Netflix explica por que cancela séries e por que isso deve se tornar mais comum

Renato Santino02/06/2017 20h51, atualizada em 02/06/2017 21h10

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Recentemente, a Netflix anunciou o cancelamento de duas séries. Primeiro foi “The Get Down”; pouco tempo depois, “Sense8” também foi. O fim súbito dos seriados pegou a base de fãs de surpresa, mas a tendência é que o ritmo de cancelamento de conteúdos exclusivos aumente, pelo menos se for concretizada a vontade do CEO Reed Hastings.

A intenção do executivo não é, no entanto, sair distribuindo machadadas indiscriminadamente em seu line-up de seriados. Pelo contrário: a proposta de Hastings é que a Netflix precisa ser mais ousada na produção de conteúdo original, o que abre mais chances para erros, o que resulta em um volume maior de séries canceladas.

A revelação veio em uma entrevista à jornalista Julia Boorstin, do canal americano CNBC, durante a Code Conference, quando ele foi questionado sobre a mudança estratégica, uma vez que a empresa muito dificilmente cancelava séries e, do nada, resolveu cancelar duas em uma tacada.

“Nossa taxa de sucesso está muito alta no momento, então nós cancelamos muito poucos programas. Eu estou sempre pressionando a equipe de conteúdo: ‘Nós precisamos assumir mais riscos; vocês precisam fazer mais coisas doidas.’ Porque nós precisamos de uma taxa de cancelamento maior, no fim das contas”.

A lógica de Hastings é que, entre essas apostas mais arriscadas, com maior chance de cancelamento repentino, haverá alguns grandes conteúdos que poderão virar sucesso de público e, no fim das contas, atrair mais assinantes. Um exemplo de série “vencedora” é “13 Reasons Why”, que até mesmo o executivo assume que foi uma surpresa. “É uma ótima série, mas nós não imaginávamos como ela iria vingar”, ele afirma.

Mas como a empresa determina o que é sucesso ou não? Raramente empresas revelam esse tipo de informação ao público, mas durante a entrevista Hastings teve um ataque de sinceridade e informou a fórmula do cancelamento, e ela é bastante simples. “É uma mistura de quantas pessoas assistem e o crescimento da base de assinantes, mas principalmente quantas pessoas assistem. As duas coisas estão bastante conectadas”, ele contou.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital

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