O navegador Brave, conhecido por bloquear anúncios e proteger os usuários contra rastreamento de sites e cookies de terceiros, lançou nesta quarta-feira, 24, o programa Brave Ads, que recompensa os usuários por assistir publicidade.

Usuários que participarem do programa receberão 70% da receita gerada pelos anúncios que visualizarem. As recompensas serão transferidas em forma de criptomoedas nativas do browser, a Basic Attention Tokens (BAT). Por sua vez, os inscritos na plataforma poderão compartilhar o valor recebido com os criadores do conteúdo assistido.

A Brave Software, liderada por Brendan Eich – criador da linguagem de programação JavaScript e ex-CEO da Mozilla – defende há muito tempo que a visão da empresa é ser “maior que um bloqueador de anúncios”. Ele também tem o objetivo de encontrar novas formas de compensar os editores de conteúdo digital. Por conta disso, o programa Brave Ads é uma parte crucial para reiterar essa posição.

“Com o Brave Ads, estamos lançando uma plataforma de propaganda digital que é a primeira a proteger os dados do usuário e recompensá-lo por sua atenção. O Brave Ads também busca aprimorar a economia e a conversão da indústria de propaganda online, para que editores e anunciantes possam prosperar sem os intermediários que cobram taxas enormes e que contribuem para a vigilância em toda a web”, disse Eich no comunicado.

A partir da adesão ao programa, o navegador será configurado para doar mensalmente uma quantia em BAT de um usuário para os sites que eles mais visitaram. Os participantes também poderão trocar a recompensa por prêmios, como quartos de hotel e vouchers de restaurantes. A opção ainda não está disponível no Brave Ads, mas a empresa planeja liberá-la em breve.

Em entrevista ao Tech Crunch, Eich acrescentou que os usuários mais “ecologicamente conscientes” vão querer participar do programa e contribuir com os criadores de anúncio, em vez usar o navegador apenas por um “passeio livre” de publicidades.

“Muitos usuários não querem sacar [quando recebem o BAT]. Então eles podem preferir usá-la apenas para retribuir. E essa é a verdadeira ideia: um navegador com o usuário direcionando-o está substituindo a complexa tecnologia de anúncios”, disse.

Os anúncios de empresas parceiras do Brave Ads também devem proteger a privacidade. Isso porque, segundo Eich, todos os dados e atividade dos usuários em relação às publicidades e às transações ficam armazenados no dispositivo usado. Desse modo, nem a empresa, nem o anunciante nunca terão acesso a ele, o que eliminaria custos e riscos ligados a privacidade, segurança e fraude.

As publicidades aparecem no navegador e não substituem outra anteriormente bloqueada. A Brave planeja trabalhar com editores para exibir anúncios quando um site de uma empresa parceira for acessado no browser. A receita seria dividida entre a Brave, o editor e o usuário.

Via: Tech Crunch