Ontem (23/07) uma minúscula espaçonave da The Planetary Society, chamada LightSail 2, desenrolou uma fina folha de mylar (uma película de poliéster com resistência ao calor e propriedades isolantes) e se posicionou para começar seus testes. A idéia é que a “vela solar” seja capaz de impulsionar a nave usando apenas a força dos fótons do Sol que atingem sua superfície.

A LightSail 2 foi financiada por um crowdfunding de uma comunidade de entusiastas do espaço, e já fez história quando foi lançada a bordo do foguete Falcon Heavy, da Space X, em 25 de junho. Desde então, está orbitando a Terra e passando por testes para garantir sua prontidão na missão de demonstrar uma maneira de mover um veículo pelo espaço sem depender de propelentes químicos, que podem ser pesados, tóxicos e caros.

Esta tecnologia solar poderia fornecer uma alternativa econômica para impulsionar veículos em órbita da Terra e através do Sistema Solar. “Você nunca fica sem combustível”, disse Bill Nye, CEO da The Planetary Society, ao The Verge antes do lançamento do LightSail 2. “Isso é ideal para certas missões”.

No decorrer do próximo mês, o LightSail 2 realizará uma espécie de dança em órbita, girando a vela para frente e para trás na direção da luz do Sol. À medida que se aproxima da maior estrela do Sistema Solar, a espaçonave manterá a borda da vela voltada para a luz. “Vai funcionar como um veleiro, onde você se embala no ‘vento'”, disse Nye. Se tudo correr bem, a luz empurrará a LightSail 2 e sua órbita subirá um pouco à medida que ela for girando em torno da Terra.

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Os benefícios da propulsão solar à vela são que ela tem um custo muito baixo e poderia operar por um longo tempo, permitindo estudar os limites do espaço e levar uma variedade de cargas úteis em missões de pesquisa. Hoje, muito do que sabemos sobre velas solares ainda é teórico ou vem de uma nave chamada IKAROS, que foi lançada em 2010 pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão. Assim, o LightSail 2 se torna de extrema importância para fornecer dados experimentais para a comunidade científica. 

Via: The Verge