Nasce 1º bebê concebido de óvulo maturado em laboratório e congelado

Óvulos foram coletados, ainda imaturos, de mulher diagnosticada com câncer de mama. Cinco anos depois, foram descongelados e fertilizados
Rafael Rigues20/02/2020 19h02

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Pesquisadores franceses anunciaram que uma mulher de 34 anos foi a primeira a dar à luz um bebê concebido a partir de um óvulo retirado de uma sobrevivente do câncer que havia sido maturado em laboratório e congelado.

Aos 29 anos a mulher foi diagnosticada com um câncer de mama, e a quimioterapia poderia torná-la infértil. Antes que o tratamento começasse, médicos coletaram sete óvulos imaturos em seus ovários e usaram uma técnica de maturação in-vitro (IVM) para que continuassem seu desenvolvimento.

Os óvulos foram congelados, e assim permaneceram por cinco anos até que a mulher fosse curada do câncer e decidisse ser mãe. Seis foram descongelados com sucesso, e cinco destes foram fertilizados. Um destes óvulos foi transplantado para o útero da paciente, que deu à luz um menino saudável chamado Jules, em 6 de julho de 2019.

Bebês já haviam sido concebidos a partir de óvulos maturados em laboratório, mas estes haviam sido fertilizados e implantados logo após a maturação. Até então, não havia ocorrido nenhuma gravidez bem-sucedida de pacientes de câncer cujos óvulos tivessem passado por IVM e congelamento.

Michael Grynberg, chefe do Departamento de Medicina Reprodutiva e Preservação da Fertilidade no hospital da Universidade Antoine Beclere, próxima a Paris, foi quem conduziu o processo. Ele se lembra que ofereceu à paciente duas opções: IVM seguida de congelamento ou congelamento do tecido do ovário. Como ela rejeitou a segunda opção, a equipe se preparou para colocar a primeira em prática, mesmo que não fosse a ideal.

“Demonstramos que esta técnica – mesmo que possa ser melhorada – permite que mulheres nesta situação tenham filhos”, afirmou Grynberg. “Este avanço é particularmente importante para pacientes com câncer, mas também um passo rumo a uma técnica de fertilização in-vitro (IVF) mais fácil e menos invasiva”, adicionou.

Fonte: Science Alert

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital