Nasa testa minirreator nuclear que pode ser usado em colônias em Marte

Redação19/01/2018 11h31, atualizada em 19/01/2018 12h03

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Pesquisadores da Nasa e do Departamento de Energia dos Estados Unidos revelaram ontem um dispositivo que pode ser a principal fonte de energia dos humanos em Marte. O dispositivo é parte de um projeto chamado “Kilopower”, e consiste em um pequeno reator nuclear portátil capaz de fornecer até dez kilowatts de potência (o suficiente para fornecer energia a uma casa de tamanho médio, por exemplo).

De acordo com David Poston, o diretor de design do reator, o aparelho usa um bloco sólido de urânio 235 como fonte de combustível. Esse tipo de reator é suficientemente leve para que quatro ou cinco deles possam ser levados até o planeta vermelho em uma viagem tripulada. Com isso, eles poderiam ser usados para energizar as primeiras colônias humanas em Marte. O vídeo abaixo fala mais sobre o reator, que recebeu o nome de “KRUSTY” (sigla para “Kilopower Reactor Using Sterling Technology”):

Reação nuclear em miniatura

Para produzir energia, o KRUSTY realiza a fissão dos núcleos de urânio 235 que lhe servem de combustível. Isto é, ele quebra os átomos de urânio em átomos menores, e essa quebra produz energia. Essa energia é usada para aquecer tubos condutivos, que levam o calor até um motor Sterling. O motor Sterling, finalmente, converte o calor gerado pelo reator e conduzido pelos tubos em eletricidade.

Segundo a Reuters, o reator já passou por uma fase primária de testes, que começou em novembro de 2017 e se encerrou recentemente. Os testes, segundo Poston, foram “um sucesso, pois os modelos previram muito bem o que aconteceria”. Em seguida, a equipe pretende conduzir mais um teste com o sistema em março, mas dessa vez usando a energia total que ele é capaz de entregar.

Energia para quê?

Como o Engadget ressalta, a obtenção de energia é um dos principais desafios a ser enfrentados para que uma missão tripulada possa ser enviada a Marte. Os astronautas que chegarem lá precisarão de uma maneira de ligar seus equipamentos de produção de oxigênio, purificação de água e produção de alimentos, por exemplo – é essa energia que o KRUSTY pode produzir.

Levar outras formas de energia, como combustíveis líquidos, seria bem menos viável – o peso deles é muito grande em comparação com a energia que eles são capazes de produzir. Por outro lado, a peça de urânio 235 que é usada no KRUSTY tem o tamanho aproximado de um rolo de papel toalha. Assim, um minirreator nuclear seria a opção mais viável para se produzir energia por lá.

Se não, ninguém volta

Energias sustentáveis, como energia solar, por exemplo, seriam difíceis de se obter no planeta vermelho. “Marte é um ambiente muito desafiador para energia, com menos luz solar do que a Terra ou a Lua, temperaturas noturnas muito baixas e tempestades de poeira que engolem o planeta todo e podem durar semanas ou meses”, diz Steve Jurczyk, um administrador do centro de tecnologias de missões da Nasa. Com isso, a energia nuclear acaba sendo a mais apropriada para o caso.

Essa energia também seria necessária para permitir que os astronautas que fossem para Marte conseguissem voltar de lá. Isso por causa da distância imensa que separa a Terra do planeta vermelho. Por causa dessa distância, não é viável levar, na viagem de ida, o combustível para a viagem de volta – esse combustível precisaria ser obtido ou produzido por lá mesmo. A produção ou obtenção desse combustível exigiria energia, o que o KRUSTY pode fornecer.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital