Motoristas de Uber e 99 marcam paralisação em protesto contra insegurança

Renato Santino14/01/2019 18h56

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Está com dificuldade de pegar Uber ou 99 nesta segunda-feira, 14? Isso tem um motivo, especialmente se você mora no Rio Grande do Sul. Motoristas gaúchos deram início a um movimento de paralisações que pode se expandir por outras partes do Brasil em pouco tempo como forma de protesto contra a insegurança na atividade.

Os protestos têm sido organizados por meio do WhatsApp, e, segundo a Alma-RS (Associação de Motoristas de Aplicativos do Rio Grande do Sul), cerca de 8 mil motoristas, cerca de 60% dos motoristas do estado, toparam cruzar os braços nesta segunda-feira. Os grupos também discutem uma paralisação mais ampla, atingindo todo o Brasil, no próximo domingo, 20.

A reclamação, como aponta o site UOL Tecnologia, tem a ver com os problemas de assaltos e homicídios que têm assustado os motoristas. Diante da criminalidade, os motoristas pedem que os aplicativos adotem algumas medidas de segurança que dificultariam a vida dos criminosos.

As medidas em questão são a exigência de um cadastro mais rigoroso, similar ao que os motoristas precisam fazer para usar a plataforma; a exibição da origem e do destino da viagem antes de a corrida ser aceita; a opção de o motorista recusar corridas pagas com dinheiro; exibição de fotos dos passageiros; e exigência de senha para solicitar uma corrida, para que não seja possível pedir um carro a partir de um celular roubado.

As empresas se defendem afirmando que investem pesado em tecnologias e sistemas para reconhecer e evitar os crimes. A Uber, por exemplo, diz investir em machine learning (um braço da inteligência artificial), que faz com que viagens consideradas de risco sejam automaticamente bloqueadas. A empresa também diz apresentar se a corrida será paga em dinheiro ou com cartão antes do embarque do passageiro, além de exigir informações extras em casos de pagamento com dinheiro, como CPF e data de nascimento. Vale notar, no entanto, que é extremamente fácil obter um número de CPF falso.

Já a 99 nota que veículos podem ter câmeras de segurança conectadas a uma central, além do uso de inteligência artificial para reconhecer e bloquear pedidos de risco. A empresa também atende a exigência de mostrar se a corrida será paga em dinheiro antes de o motorista aceita-la.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital