A guerra comercial dos Estados Unidos contra a China continua e a Microsoft deve ser a nova peça de ataque do jogo. A fabricante de software seguiu o Google e parou de aceitar novos pedidos da Huawei de licença de uso do Windows para seus notebooks, disseram pessoas envolvidas nos bastidores do conflito à imprensa chinesa. A Microsoft é a mais recente de uma série de empresas norte-americanas que suspenderam negócios com a multinacional de tecnologia depois que os Estados Unidos a proibiu de operar no país – embargo que foi suspenso até o dia 19 de agosto.
O fornecimento dos sistemas operacionais (OS) Windows e outras tecnologias da Microsoft relacionadas a conteúdo foram interrompidos porque a companhia decidiu aderir às restrições do governo dos EUA, informaram às fontes, que preferiram não se identificar, ao portal de notícias South China Morning Post em reportagem do dia 24.
Do mesmo modo que acontece com os smartphones Android da Huawei comercializados ou em estoque, a suspensão dos softwares da Microsoft à empresa chinesa deve afetar os dispositivos futuros e não os atuais. Isso quer dizer que os notebooks já equipados com o Windows continuam recebendo as atualizações e proteções de segurança, de acordo com uma das fontes.
O corte dos serviços da Microsoft à Huawei, no entanto, pode ser temporário, disseram as fontes à reportagem. “Isso não significa que a Microsoft não esteja mais cooperando com a Huawei. A suspensão dos negócios entre as duas empresas pode ser apenas temporária”, ponderou uma das pessoas.
É importante ressaltar, no entanto, que ambas as multinacionais ainda não divulgaram comunicados oficiais sobre a suspensão. Como várias companhias norte-americanas deixaram de fazer negócios com a chinesa nas últimas semanas, é seguro esperar que a Microsoft entre nessa esteira.
Com a possibilidade de ser impedida permanentemente de utilizar os sistemas do Google e, agora, da Microsoft, a Huawei planeja lançar seu próprio OS mobile, compatível com os aplicativos do Android, uma plataforma operacional para substituir o Windows, segundo o CEO Richard Yu. O software será multidispositivo, isto é, suportado em notebooks, tablets, wearables (“acessórios inteligentes vestíveis”), televisores e até carros.
O sistema operacional para smartphones pode ainda ser lançado no próximo mês, revelou o diretor e vice-presidente empresarial da companhia no Oriente Médio, Alaa Elshimy. Antes, Richard Yu afirmou que o sistema ficaria pronto no quarto trimestre de 2019 e seria rodado em um smartphone da marca no segundo trimestre de 2020.
Os desdobramentos dos vetos à Huawei ainda são incertos, bem como as consequências do conflito para o mercado da tecnologia. Ainda na semana passada, o presidente Donald Trump sugeriu que há chances de um acordo comercial entre EUA e a empresa, o que daria um fim às proibições, apesar de ressaltar que considera a Huawei uma ameaça à segurança nacional. Espera-se que novos posicionamentos dos envolvidos no caso continuem surgindo e mudando os rumos do jogo.
Via: Genbeta/ Fonte: South China Morning Post