Mais de 70% da produção de plástico está em esgotos: o material é um dos maiores poluentes dos oceanos. Os cientistas tentam encontrar uma forma de lidar efetivamente com o descarte desse elemento e, assim, garantir que o cenário atual não se agrave nos próximos anos.

Por isso, pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, do Departamento de Energia dos EUA (DoE), criaram um material plástico que pode ser reciclado inúmeras vezes. Chamado de polidicetoenamina (ou PDK), ao ser desmontado em nível molecular, ele pode ser remontado, com textura, cor e forma diferentes — e por mais de uma vez. Não há “perda de desempenho ou qualidade”.

Como o Berkeley Lab explica, os enchimentos e produtos químicos usados em objetos de plástico, geralmente, estão ligados a monômeros — moléculas que se juntam para formar outras maiores — de plástico, os polímeros. Esses aditivos podem apresentar propriedades inesperadas quando misturados para reciclagem. Isso significa que itens feitos com plástico reciclado têm como destino provável os aterros sanitários.

Os monômeros PDK, no entanto, podem ser completamente separados de seus aditivos ao serem imersos em uma solução altamente ácida. “Com os PDKs, os títulos imutáveis dos plásticos convencionais são substituídos por ligações reversíveis, que permitem que o material seja reciclado de forma mais eficaz”, explica Brett Helms, o líder da equipe. 

Objetos feitos com o elemento podem ser reformados, recoloridos e reciclados diversas vezes. Assim, uma pulseira de relógio pode se tornar parte de um teclado e, depois, ele pode ser usado para fazer uma capa de celular.

Os pesquisadores planejam continuar o trabalho nos PDKs para desenvolver variantes com ampla gama de propriedades térmicas e mecânicas. Isso permitiria que o material fosse usado para têxteis, espumas, materiais impressos em 3D e outras aplicações.