As companhias aéreas norte-americanas Southwest e United Airlines anunciaram a extensão do cancelamento de voos com as aeronaves Boeing 737 Max. A decisão foi tomada após a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) descobrir outra falha de segurança nos aviões – uma nova bateria de testes apontou um problema no computador de voo. O modelo 737 Max é investigado por conta do seu envolvimento em duas quedas em cinco meses, com 346 pessoas vitimadas.

A Southwest Airlines anunciou anteriormente que só voltaria a utilizar o 737 Max a partir do dia 2 de setembro, desde que a aeronave recebesse a certificação da FAA novamente. Agora, a companhia aérea afirma que vai manter o avião da Boeing em desuso até, pelo menos, o dia 1º de outubro. Cerca de 150 voos serão removidos da programação de 4.000 viagens por dia da Southwest.

Por sua vez, a United Airlines havia cancelado os voos do 737 Max até o dia 3 de agosto. Mas a empresa anunciou, na quarta-feira (26), que estaria estendendo esse prazo em um mês, até o dia 3 de setembro. A companhia terá que diminuir entre 40 a 45 voos por dia em julho e 60 por dia em agosto, de acordo com um comunicado. Não há intenção, de início, para aumentar ainda mais este prazo após a descoberta de mais uma falha nesta quinta-feira (27).

O drama da Boeing

A Boeing projetou o 737 Max com motores maiores para melhorar o aproveitamento de combustível. No entanto, a montagem dos novos motores tornou o avião suscetível a parar em algumas situações. Um software que a Boeing instalou no 737 Max, conhecido como Sistema de Aumento de Características de Manobra, ou MCAS, deveria ajudar a compensar essas diferenças.

O MCAS foi projetado para reconhecer quando o nariz do avião estivesse muito alto – estes casos, ele inclinaria automaticamente o nariz para baixo. A Boeing não divulgou adequadamente o MCAS às companhias aéreas ou aos pilotos, de acordo com a FAA, porque isso exigiria novos treinamentos e geraria um custo de milhões de dólares à empresa. Foi justamente este o equipamento envolvido nos dois acidentes fatais.

Uma correção de software está pronta há meses, embora a FAA ainda não tenha testado a solução da Boeing. Mas esta semana, a FAA descobriu outra falha potencial no sistema de computador do 737 Max, e solicitou que a Boeing repare o problema. Um funcionário da Boeing disse à Reuters nesta quinta-feira que uma atualização de software não estará pronto até setembro, o que significa que o 737 Max pode não voltar a voar até outubro. 

Fonte: The Verge