Leitor de impressão digital do Galaxy S10 pode ser enganado com uma impressora 3D?

Um usuário do Reddit usou uma impressão digital gravada em um copo de vinho e uma impressora 3D para enganar o sensor ultrassônico do novo top de linha da Samsung
Renato Santino05/04/2019 23h32, atualizada em 05/04/2019 23h40

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Sensores biométricos de celulares costumam ser submetidos a alguns testes bastante inusitados para comprovar sua segurança. Desta vez, o Galaxy S10 não resistiu a um experimento envolvendo uma impressora 3D que conseguiu enganar seu leitor de impressão digital em apenas 15 minutos de trabalho.

O teste foi feito por um usuário do Reddit identificado como “darkshark9”, que contou que seu experimento foi bem simples, tentando replicar a ação de alguém com más intenções. Ele tirou uma foto de sua impressão digital em uma taça de vinho, jogou a imagem no Photoshop para edição, colocou a imagem no software de impressão 3D e gravou o conteúdo em uma plaquinha de plástico.

Pode parecer muito trabalho, mas para alguém com prática é bem simples. A obtenção da impressão digital, inclusive, não deve ser nenhum problema para um ladrão, já que o aparelho provavelmente está coberto pelas marcas de dedo do usuário, bastando apenas um equipamento um pouco mais elaborado para capturá-las.

O usuário também nota que o sensor de digitais do S10 tem tecnologia capacitiva, o que significa que ele não vai funcionar sem reconhecer um pouco de eletricidade (que normalmente vem da própria pele humana). Assim, para que sua técnica funcionasse, era necessário pressionar a placa de plástico com a impressão digital com uma parte da mão. Apenas colocar a placa sobre o leitor não funciona.

O experimento é interessante porque o S10 tem uma tecnologia de reconhecimento de impressão digital diferente da maioria dos aparelhos, apostando em um sistema ultrassônico incorporado ao display, então é bom saber se o dispositivo se comporta de forma diferente quando alguém tenta ludibria-lo. No fim das contas, a resposta foi “não”, mas isso diz pouco sobre a qualidade da tecnologia usada no Galaxy S10.

O que o teste evidencia é o perigo de confiar a segurança de toda a sua vida digital a uma tecnologia que pode ser falsificada com tanta facilidade. A impressão digital já se tornou senha de acesso a banco e de tantos outros aplicativos importantes, e o fato de ela ser extraída tão facilmente de um aparelho roubado faz com que tamanha dependência talvez não seja uma boa ideia.

A Apple propôs uma alternativa interessante com o FaceID, que usa reconhecimento facial em 3D, e a própria Samsung possuía um leitor de íris em aparelhos lançados antes do S10. Ambas são opções que devem trazer muito mais dificuldade de falsificação no caso de um celular roubado.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital