A Apple venceu uma batalha no que agora mais parece uma guerra entre a empresa e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Na última segunda-feira, 29, um juiz de New York que cuida de outro caso envolvendo a Apple decidiu que os investigadores estão errados ao interpretar uma Lei antiga de forma a obrigar a companhia a desbloquear um iPhone.
A história é semelhante à que ganhou o noticiário nas últimas semanas, na qual a Apple bate de frente com o FBI para não ter de hackear o iPhone usado por um dos responsáveis por um atentado que deixou 14 pessoas mortas em San Bernardino, no começo de dezembro. A diferença é que o caso de NY envolve tráfico de drogas.
Na sua sentença, repercutida pelo Wall Street Journal, o juiz James Orenstein afirmou que, ao apelar para uma Lei do século 18 como tentativa de ganhar o caso, o Departamento de Justiça dá a entender que os legisladores já tinham debatido problemas do século 21 em 1789.
O FBI também afirmava que tinha de fazer tal aposta, visto que o Congresso ainda não se mexeu para atualizar a legislação, outro ponto que desagradou o juiz. Ao fazer tal apelação, escreveu Orenstein, os investigadores tentam extrapolar sua autoridade a um campo que não lhes pertence, o político.
Embora ainda deva passar por rodadas de apelação até cair nas mãos da Suprema Corte, essa história possivelmente respingará no caso da Califórnia. Ainda mais porque nesta terça-feira, 1, representantes de FBI e Apple têm de comparecer perante o Congresso para dar seus testemunhos sobre o que está acontecendo.