Uso de perfil ‘comercial’ no Instagram prejudica privacidade

Para ter uma conta comercial no Instagram e acessar estas informações, é preciso informar um número de telefone ou email ao público
Redação29/07/2019 14h07, atualizada em 29/07/2019 14h15

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Milhões de jovens usuários do Instagram estão transformando seu perfil pessoal em comercial, apenas para ter acesso a algumas métricas da rede social e ao desempenho de seus posts. Porém, o que muitos não sabem, é que isso resulta em grande perda de privacidade.

Além de ter que deixar sua conta aberta ao público, ao mudar para uma conta comercial, os usuários concordam em deixar explícito seu número de telefone ou e-mail no aplicativo. A escolha, facilitada pelo design e pelo estímulo do próprio Instagram, pode colocar em risco a privacidade do jovem e de seus amigos, segundo David Stier, cientista de dados independentes.

Stier conduziu uma pesquisa com 200 mil contas no mundo, utilizando várias técnicas de amostragem diferentes. “Converso com os pais e pergunto: ‘Você sabia que, se seu filho de 13 anos transformar a conta dele no Instagram em uma conta comercial, mais de 1 bilhão de pessoas terão acesso às suas informações de contato?”, disse ele. “Todos os pais com quem falo dizem algo como: ‘você está brincando?”.

O Instagram disse que qualquer um pode mudar sua conta do Instagram para um perfil comercial. “Permitimos isso porque queremos que qualquer pessoa no Instagram possa começar um negócio, caso queira. Durante o processo de configuração, lembramos às pessoas que suas informações de contato estarão acessíveis a outras pessoas e permitirão que atualizem ou ocultem essas informações”.

O cientista contou que alertou o Instagram sobre o problema. Em resposta, a empresa deixou as informações pessoais menos visíveis. A rede social também informou que define 13 anos como idade mínima para abrir uma conta. Contudo, a maioria dos usuários simplesmente ignora essa definição.

Stier verificou a idade das pessoas com informações exibidas nas biografias ou perfis dos usuários. Ele disse que viu adolescentes com perfis com informações como “sem fins lucrativos” ou “atletas”. Mas, ao analisar seus perfis, descobriu que uma parte significativa deles não era de empresas, mas de pessoas comuns, às vezes com meras centenas de seguidores.

O Instagram disse que não considerou as descobertas do cientista uma vulnerabilidade, visto que a rede social alerta ao usuário sobre a idade mínima e sobre a exibição pública de informações de contato, o que significa que as pessoas fizeram suas próprias escolhas.

Porém, Stier ainda acredita que a empresa poderia tomar mais responsabilidade e encontrar um meio de não deixar as informações pessoais de contato disponíveis ao público.

Via: Bloomberg

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital