João Doria prevê vacinação em massa contra Covid-19 em janeiro de 2021

Concretização da previsão depende de resultados claros e positivos nos testes da CoronaVac no Brasil até outubro
Renato Santino27/07/2020 18h23

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Se todos os testes com vacinas em andamento no Brasil alcançarem o resultado almejado, o país pode ter duas vacinas contra Covid-19 prontas para aplicação na população no início de 2021. Além da vacina de Oxford, que deve ter 100 milhões de doses prontas no começo do próximo ano, segundo a Fiocruz, a fórmula desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan pode estar disponível à população em janeiro.

Segundo João Doria, governador de São Paulo, caso os testes caminhem como desejado, em outubro os resultados já poderão demonstrar a eficácia da vacina CoronaVac, e a autorização da Anvisa pode sair até dezembro em caráter emergencial. A partir daí, a produção em massa deve ter início no Butantan, com aplicação prevista em janeiro.

Doria estimou, em entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais, pela capacidade de produção do Instituto Butantan, até abril a população brasileira já poderá retomar completamente a normalidade sem riscos de infecção, permitindo o retorno das aglomerações, possibilitando a volta dos eventos esportivos, musicais e festividades sem colocar a saúde da população em risco.

Para acelerar a distribuição, o governo de SP iniciou na semana passada uma campanha de doações ao instituto para aumentar a capacidade produtiva. Atualmente, o Butantan pode produzir 120 milhões de doses vacinais, mas a expectativa é investir US$ 130 milhões em equipamentos para dobrar essa capacidade, que poderia ser suficiente para imunizar a maior parte da população brasileira, já que são necessárias duas doses por pessoa, e começar a pensar em exportar o composto para outros países.

Enquanto isso, a Fiocruz sustenta que consegue ter à disposição dos brasileiros no início de 2021 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela universidade britânica de Oxford em conjunto com a farmacêutica AstraZeneca. O acordo com o Ministério da Saúde prevê o recebimento do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) suficiente para 30,4 milhões de doses até janeiro, com outras 70 milhões previstas para o início do ano se a vacina se provar eficaz.

Apesar dos prazos otimistas, estabelecer datas para início da vacinação depende de alguns pontos. O mais importante é que as vacinas devem se provar eficazes durante a fase 3, e esses resultados podem não ficar prontos tão rapidamente. Para uma vacina se provar bem-sucedida nesta etapa, os participantes do grupo placebo precisam se mostrar mais suscetíveis à infecção que os vacinados, e para isso é necessário que os voluntários se exponham ao vírus. Essa parte não está sob controle dos pesquisadores e pode demorar mais do que o projetado.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital