A China lidera, a passos largos, a corrida pela infraestrutura do 5G. Numa tentativa de diminuir sua dependência para implantar e desenvolver a nova geração de rede móvel, o Japão aprovou nesta terça-feira (18) um projeto de lei para apoiar empresas locais a desenvolver redes móveis seguras, além de novas tecnologias para drones.
As companhias que desenvolverão a rede 5G japonesa terão acesso a empréstimos com taxas de juros baixas de instituições financeiras afiliadas ao governo. Porém, seus projetos terão que cumprir os padrões de segurança cibernética impostos pelo governo. As empresas que adotarem tecnologias 5G também podem obter incentivos fiscais.
O projeto de lei foi enviado ao parlamento japonês, e deve ser aprovado até o fim do semestre. Além do Japão, os Estados Unidos já demonstraram muita preocupação com o avanço da China no 5G, em especial da Huawei. “O desafio no desenvolvimento do 5G, pelo menos no estágio inicial, é o domínio da Huawei”, afirmou Tom Ridge, ex-secretário de Segurança Interna dos EUA e governador da Pensilvânia.
“Incorporar essa tecnologia a uma parte crítica de infraestrutura como as telecomunicações é um enorme risco à segurança nacional”, completou Ridge. O Departamento de Defesa dos EUA está investindo cerca de US$ 500 milhões no desenvolvimento de softwares de criptografia de ponta a ponta. As autoridades alertam, entretanto, que isso é pouco dinheiro e que ele chega em momento muito tardio — a menos que sejam tomadas atitudes mais contundentes.
O Japão também tem investido na tecnologia da próxima geração. Um relatório recente do Nikkei, principal índice econômico da Bolsa de Valores de Tóquio, aponta que o país pode alcançar o “pós-5G” (6G), com velocidades de comunicação dez vezes mais rápidas que o 5G, até 2030, caso implemente sua estratégia de investimentos.
China, Coreia do Sul e Finlândia também iniciaram pesquisa, desenvolvimento e investimento nesse segmento, mas o Japão – que foi surpreendentemente lento com a adoção da tecnologia 5G – espera compensar com um impulso inicial em direção ao 6G.
Via: Reuters