A internet fixa brasileira está longe de corresponder aos sonhos da população, mas se as velocidades não são lá essas coisas, ao menos os planos aos poucos ficavam mais baratos. Em 2017, no entanto, essa tendência parece ter se revertido. Pela primeira vez desde 2010 o custo por megabit por segundo aumentou, segundo o último relatório anual da Anatel, referente ao período do ano passado.
A pesquisa da agência governamental mostra que os custos caíram vertiginosamente ao longo dos últimos anos, o que é uma boa notícia. No entanto, o valor médio cobrado pelas operadoras por cada megabit por segundo viu um salto significativo de 20% de 2016 para 2017 sem uma explicação clara para tal.
O aumento é ainda mais estranho quando consideramos que a inflação no Brasil se manteve em um nível baixo ao longo de 2017. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado no ano passado ficou em apenas 2,95%, o menor patamar desde 1998.
O gráfico abaixo mostra bem o que aconteceu nos últimos anos. Em 2010, o custo médio por 1 Mbps era de R$ 21,18, com a Oi e Vivo levantando significativamente a média geral cobrando R$ 34,48 e R$ 41,55, respectivamente. Com o passar do tempo, os preços foram caindo rapidamente até 2016, mas 2017 viu um novo aumento.
Mais da metade das empresas listadas viram um aumento no último ano. A NET subiu seu preço de R$ 3,27 para R$ 4,23 (aumento de 29%), a Sercomtel aumentou de R$ 2,11 para R$ 5,70 (mais de 170%) e a TIM teve um reajuste de R$ 2,09 para R$ 3,27 (aumento de 56%).
As duas empresas que viram o custo médio do megabit por segundo cair foram Oi e Vivo. A primeira cobrava R$ 8,60 por 1 Mbps e cortou o preço para R$ 7,13 (queda de 17%), enquanto a última reduziu o valor de R$ 3,16 para R$ 2,76 (redução de quase 13%).
Mesmo com a alta súbita no último ano, o documento da Anatel apresenta como positiva a oscilação de preços desde 2010, destacando que o total dos últimos 7 anos ainda mostra uma queda significativa nos custos por 1 Mbps. A agência destaca a queda média de R$ 21,18 para R$ 4,62, com uma queda de 78,2% no preço no período, mesmo com os recentes aumentos.