Inteligência artificial remasteriza vídeo de 1914; veja o resultado

Tecnologia recriou os quadros faltantes e conseguiu fazer com que o vídeo fosse reproduzido a 60 quadros por segundo
Luiz Nogueira23/06/2020 17h16

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Filmada há mais de um século, uma cena mostrando William “Buffalo Bill” Cody enquanto conduz uma entrevista com Siŋté Máza, líder da Oglala Lakota, foi totalmente remasterizada e parece ter sido captada em alta definição – mesmo que esteja em preto e branco.

O processo utilizou inteligência artificial (IA) para recriar quadros danificados pela ação do tempo e gerar novas imagens para permitir que o vídeo perca o visual de cena antiga – em que normalmente há a sensação de movimentação acelerada.

O responsável pela criação do processo utilizado pela IA foi Matt Loughrey, artista digital e especialista em restauração de fotografias antigas. O grande desafio do projeto foi o de recriar as informações visuais ausentes entre os quadros originais do vídeo.

A filmagem utilizada como base foi gravada em 1914 usando uma câmera que captava apenas 19 quadros por segundo (fps), algo que era comum para os filmes do período. Para comparar com o que temos hoje, um filme moderno é gravado a 24 fps; enquanto uma captura em alta definição (HD) possui 60 fps.

Uma taxa maior de quadros por segundo garante mais detalhes para quem assiste. Por isso os vídeos em HD são mais nítidos. Para criar esse efeito “moderno”, Loughrey teve de projetar um algoritmo que gerou novos quadros entre os originais.

“O que você percebe no final é, em certo sentido, uma ilusão de ótica, porque muitos desses quadros nunca existiram”, explica Loughrey. “Isso está preenchendo lacunas com as melhores suposições”, completa.

Para processar cerca de um minuto das filmagens da entrevista, foram necessárias 40 horas. Isso porque o sistema gerou milhares de novos quadros. O que garantiu que, durante a exibição atual, o movimento se tornasse suave, como se fosse real. Agora, o vídeo é reproduzido a 60 fps.

“Você pode ver o relógio de bolso de Cody em movimento. Você pode ver o cabelo dele se mexendo. Mesmo que você saiba que a física era a mesma de agora, é como uma vertigem visual”, finaliza Loughrey.

Via: Live Science

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital