Inteligência artificial quer melhorar o ambiente das torcidas de futebol

O projeto é uma parceria da Amstel com o Google e a ideia é mostrar que o contexto negativo pode contaminar a todos, mas que é possível reverter a situação quando se é gentil
Roseli Andrion27/08/2019 00h21, atualizada em 27/08/2019 00h38

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Futebol sempre foi um tema controverso. Há até um ditado que diz que esse é um assunto que não se discute. Em tempos de redes sociais e discursos cada vez mais radicais, então, a agressividade tem dado o tom quando se trata de torcer pelo esporte.

Nem um sistema de inteligência artificial, o Torcedor Artificial, saiu ileso desse ambiente nocivo: nos primeiros meses da competição, ele ficou exposto a comentários reais publicados em sites e redes sociais. Rapidamente, o robô se tornou agressivo e intolerante, e passou a responder às interações de forma ríspida.

Isso é possível porque os comentários são analisados por um sistema de processamento de linguagem natural, que extrai seu significado e o envia para uma rede neural. Ela é, então, treinada com esse material e se torna capaz de fazer comentários espontâneos sobre situações reais dos jogos ou perguntas de usuários.

O projeto foi criado depois que um estudo do Google apontou que os brasileiros têm pesquisado mais sobre violência e futebol. A quantidade de buscas por termos relacionados a esses assuntos cresceu mais de 30% entre 2018 e 2019.

E não é só isso: nas primeiras fases da Copa Libertadores da América, o Twitter recebeu mais de 55 mil comentários negativos sobre os jogos. A maioria (57%) dos usuários falava mal do próprio time, enquanto 27% tuitava contra o adversário. Apenas 4% das publicações reclamavam da arbitragem. Quarta e quinta-feiras — dias de jogos — é quando há o pico de tuítes negativos.

A partir dessas constatações, a Amstel, que patrocina a Libertadores, se uniu ao Google para criar um sistema que simulasse o comportamento dos fãs. A ideia é fazer as torcidas compreenderem que o comportamento agressivo não pode ser maior que a paixão pelo time. “Queremos demonstrar que, apesar de existir violência e agressão no futebol, a paixão pode virar o jogo”, afirma Renan Ciccone, gerente de marketing de Amstel.

Outro objetivo do projeto é convidar os participantes a ajudarem a mudar esse cenário. Como? Interagindo de forma amistosa para reeducar o Torcedor Artificial e fazê-lo participar da torcida de forma mais positiva.

Colaboração para o Olhar Digital

Roseli Andrion é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital