Depois de dominar videogames e jogos de tabuleiro, a inteligência artificial do Google agora aprendeu um novo truque: dormir. Em um post feito no blog oficial do projeto DeepMind, o Google explicou o que está fazendo para tornar a sua inteligência artificial mais humana. E, para isso, ela precisa saber descansar.
Segundo os engenheiros da empresa, por mais que pareça contraintuitivo desenvolver uma inteligência artificial que precise dormir, a ideia é que o período de descanso seja usado para ela aprender coisas novas a partir do que deu certo e do que deu errado no que fez enquanto estava acordada.
Os engenheiros do Google explicam que pegaram a ideia emprestada da neurociência. Durante o sono, o cérebro biológico “revisa” padrões temporais de atividade neuronal realizada enquanto ele estava ativo para otimizar o comportamento futuro.
A ideia é usar uma espécie de “imaginação” para a inteligência artificial. Assim como o cérebro humano consegue imaginar cenários hipotéticos em que ele não precisa tomar uma atitude naquele momento, mas consegue avaliar quais são os possíveis caminhos a serem seguidos quando encarar tal situação, a inteligência artificial é capaz de fazer o mesmo ao “dormir”, e chega a uma solução para um problema que não conseguiu resolver enquanto estava ativa.
Assim, por mais que ela use a capacidade total para resolver um problema enquanto está ativa, é bom que parte dos dados coletados durante a solução seja guardada para ser revista em um período em que a AI esteja offline.
Os pesquisadores também acreditam que quanto mais conceitos eles pegarem emprestados do cérebro humano, mais as inteligências artificiais poderão ajudar a neurociência. “Isso pode nos ajudar a solucionar alguns dos grandes mistérios da neurociência, como a natureza da criatividade, do sono e, quem sabe um dia, até da consciência.”